Virgin Orbit pausa operações depois de queda de satélite

Empresa é responsável por nove satélites, incluindo os dos governos dos EUA, do Reino Unido e de Omã

No começo de 2023, a Virgin Orbit, do empresário Richard Branson, fez seu primeiro lançamento orbital do Reino Unido — e a primeira missão comercial a decolar a partir da Europa Ocidental. O Boeing 747 teve um foguete LaucherOne acoplado sob uma de suas asas. O primeiro estágio, para entrar em órbita, foi positivo. Logo depois, uma anomalia impediu o foguete de continuar.

O lançamento foi a primeira missão internacional da Virgin Orbit, que realizou missões bem-sucedidas nos EUA. O objetivo era provar que sua estratégia não convencional de lançamento assistido por Boeing 747 pode ser operada em todo o mundo.

O satélite acabou destruído, o que desencadeou uma investigação para descobrir a causa da anomalia. A aeronave carregava nove satélites, incluindo para os governos dos EUA, do Reino Unido e de Omã, que iriam desempenhar funções civis e militares: um experimento de fabricação em órbita da empresa britânica Space Forge.

Além do fracasso na missão, a Virgin Orbit observa o preço das suas ações caírem desde 2021, o que gerou uma perda de US$ 49 milhões no último trimestre fiscal. A empresa está se preparando para um possível pedido de falência, que deve ser apresentado ainda nesta semana. Branson contratou duas empresas — Alvarez & Marsal e Ducera Partners — para elaborar planos de reestruturação em caso de insolvência.

Na quinta-feira 16, depois de divulgar que fará uma “pausa operacional”, a Virgin Orbit — que há menos de dois anos foi avaliada em mais de US$ 3 bilhões — perdeu mais de 30% de seu valor.

Cerca de 750 funcionários da Virgin Orbit estão procurando vagas em outros lugares. São engenheiros seniores e gerentes de programas dispensados depois da fracassada missão.

A Virgin Orbit encerrou as negociações com queda de 9,1%, a US$ 0,65 por ação, abaixo dos US$ 10 de janeiro de 2022 na sexta-feira 17. Branson passou praticamente a vida inteira construindo uma marca global em torno de um portfólio de empresas controladas pela Virgin Group, de capital fechado, e agora está em colapso, devido ao lançamento malsucedido.

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