O brasileiríssimo etanol pode ser usado para produção do hidrogênio (potencialmente o combustível mais limpo e eficiente do mundo). O hidrogênio (H2) não produz gazes de efeito estufa como metano e o gás carbônico.
A vantagem do etanol é que ele pode ser transportado de forma eficiente e competitiva, viabilizando a produção descentralizada do hidrogênio que poderá ser produzido próximo do consumidor.
O hidrogênio (H2) como combustível para veículos movidos a célula de combustível já é realidade na Europa, Nos Estados Unidos e no Japão.
O uso de hidrogênio como combustível para mobilidade urbana traz vantagens promissoras na redução dos gases do efeito estufa, eleva a eficiência dos automóveis, diminui o tempo de abastecimento – um veículo elétrico abastecido com hidrogênio necessita apenas de 3 a 5 minutos para uma recarga completa.
Até 2050 o hidrogênio representará 18% de toda energia consumida mundialmente. Hoje existem nos países de primeiro mundo 1.100 postos de hidrogênio, nos próximos cinco anos esse número deve crescer 500%.
A HYDRON empresa brasileira criada por cinco estudantes da Unicamp detém essa tecnologia. O negócio é tão sério que mesmo antes de qualquer retorno financeiro ela já foi comprada pelo grupo alemão Neuman & Esser (NEA) por U$ 80 milhões de dólares (algo como 452 milhões de reais).
E ainda acusam o Brasil de ser um dos responsáveis pelo aquecimento global. Só pelo uso do etanol em larga escala, nosso país já merecia uma menção honrosa pela consciência ambiental – enquanto isso a China e Europa são movidos pelo carvão, um combustível do Século XVIII.
Por Eduardo Negrão | Consultor político e autor de “Terrorismo Global” e “México pecado ao sul do Rio Grande” ambos pela Scortecci Editora