Em gravação, ex-ministro disse que Bolsonaro ligou para falar sobre ‘pressentimento’ de que algo aconteceria
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse neste domingo, 26, não ter tratado com o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre investigação contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro durante viagem aos Estados Unidos.
“Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro categoricamente que, em momento algum, tratamos de operações da PF. Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa, na referida viagem”, disse o ministro, em uma publicação em sua conta no Twitter.
Torres fez a publicação depois de uma interceptação telefônica entre Ribeiro e a filha. Na gravação, o ex-ministro diz que o presidente ligou porque estava com pressentimento de que alguma operação poderia ocorrer.
Essa ligação fez com que o Ministério Público Federal pedisse o envio da ação que investiga Ribeiro por corrupção passiva e tráfico de influência para o Supremo Tribunal Federal (STF), para apurar se Bolsonaro já sabia da possível prisão do ex-ministro. A Justiça Federal do Distrito Federal aceitou o pedido e encaminhou os autos para o STF.
A principal acusação é de que o Ministério da Educação privilegiava prefeitos indicados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura em repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Ribeiro e os pastores ficaram uma noite detidos (entre quarta-feira 22, e quinta-feira 23). O Tribunal Regional Federal da 1ª Região revogou a prisão preventiva dos acusados por “ausência de contemporaneidade”. Ou seja, passou-se longo período entre as supostas denúncias (março deste ano) para o pedido de prisão preventiva (em junho).