‘Se permitir que governe o Estado, você está morto’, afirmou o governador
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, criticou o posicionamento do Ministério Público (MP) em relação ao contrato entre o Estado e a ViaMobilidade, concessionária responsável pelas Linhas 8 e 9 dos trens metropolitanos. A promotoria defende o encerramento do contrato, por conta das falhas na prestação do serviço.
“O governador do Estado sou eu. O Executivo está aqui”, disse Tarcísio, nesta terça-feira, 28. “No dia que você permitir que o Ministério Público governe o Estado para você, você está morto”, afirmou. A declaração foi dada em coletiva de imprensa para apresentar os novos trens da Linha Esmeralda.
A ViaMobilidade é alvo de uma investigação no MP de São Paulo, que defende o fim do contrato de concessão do governo paulista com a empresa, por conta das inúmeras falhas e dos problemas na prestação do serviço aos usuários.
“É óbvio que a gente não está satisfeito”, observou o governador. “A questão é: nós acreditamos que os investimentos extras serão feitos”, disse Tarcísio.
O governador ainda questionou qual seria a alternativa à concessão do serviço. “Qual seria a solução? Voltar para a CPTM? Voltar para a administração pública? É essa solução que o Ministério Público está propondo? Quantas empresas de mobilidade existem no mundo capazes de operar essa via? Eu estou enxergando o que é melhor para o meu usuário, o meu cidadão”, garantiu.
Os promotores paulistas já solicitaram formalmente para a Secretaria de Transportes Metropolitanos que rompa administrativamente o contrato de concessão de 30 anos com a empresa.
Um ano de operação
A concessão das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos para a ViaMobilidade completou um ano no fim de janeiro. A concessionária recebe mensalmente pelo número de passageiros que transporta.
O governo de São Paulo explicou, no entanto, que existe o monitoramento do serviço prestado — tempo de intervalo entre trens, superlotação e outras medidas. Caso falhas sejam detectadas, são feitos descontos dos valores que a concessionária tem a ganhar.
No primeiro ano à frente das Linhas 8 e 9, a concessionária deixou de receber R$ 21 milhões. Esses problemas também geram processos de multa que, se confirmadas, podem levar ao pagamento de mais R$ 22 milhões em penalidades.