Ex-senador, que completa 81 anos nesta terça, diz que teve proposta de renda básica de cidadania ignorada pelo partido
O ex-senador e atual vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT) interrompeu o lançamento do plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Centro de São Paulo, para dizer que não foi convidado e que teve sua proposta de renda básica de cidadania ignorada pelo partido. O caso ocorreu nesta terça-feira (21), dia em que Suplicy comemora 81 anos.
O parlamentar entregou um papel com sua proposta que, segundo ele, não foi considerada na elaboração de documento da pré-candidatura encabeçada pelo PT ao Planalto. Ele ainda acusou o ex-ministro Aloizio Mercadante, que tem coordenado a elaboração das diretrizes de governo da chapa Lula-Alckmin, de não tê-lo convidado para o evento.
“[Quero] entregar ao Aloizio Mercadante a proposta que não foi considerada ainda, entre os itens principais, a instituição da renda básica de cidadania, aprovada por todos os partidos, sancionada pelo presidente Lula e está no programa do PT há muito anos, todo ano. Ele tem alguma coisa comigo, não me convidou para esta reunião, mas hoje eu estou aqui. E continuarei trabalhando muito para que Lula e Alckmin instituam a renda básica de cidadania enquanto eu estiver vivo ainda”, disse o ex-senador, fora dos microfones.
Mercadante justificou-se dizendo não ter “conseguido acompanhar o convite de todas as pessoas”. “É só olhar o tamanho do plenário, nem era minha função”.
“Em relação às propostas, hoje é o início de um processo, você vai ter chance de discutir, mas para entrar no programa de governo vamos ter que ter um debate aprofundado. Como nós recebemos 51 propostas que não citei aqui, a sua uma delas, vai ser discutida no momento oportuno”, rebateu Mercadante.
Durante o início da fala de Suplicy, o único na mesa de divulgação do programa que aplaudia o ex-senador era Geraldo Alckmin. Lula disse que Suplicy estava correto em fazer a reclamação e afirmou que, se dependesse dele, o ex-senador teria um prêmio Nobel.