Sumido, João Doria reaparece para criticar Bolsonaro e elogiar o governo Lula

Ex-governador de SP ainda elogiou Fernando Haddad e governo Lula

Após um período longe dos holofotes, o ex-governador de São Paulo João Doria concedeu uma entrevista na noite desta sexta-feira (14). Na ocasião, ele teceu críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificando-o como “pior presidente” da história do Brasil, e manifestou elogios à gestão Lula (PT) e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Em conversa com a GloboNews, Doria afirmou que se arrepende do apoio a Bolsonaro na época da campanha em 2018. Como justificativa, ele disse que o até então candidato era próximo de figuras que ele admirava.

“Bolsonaro acenava com Paulo Guedes, o liberal, meu amigo, quase fomos sócios de uma empresa, tinha uma boa relação com ele. Falava com Sergio Moro, falava com figuras liberais, pessoas que eu respeitava. Eu, como muitos milhões de brasileiros, caímos no conto do Bolsonaro, eu não tinha convívio com ele na Câmara [dos Deputados] e foi o conto do vigário”, assinalou.

Na sequência, ele afirmou esperar que a memória do governo de Bolsonaro seja esquecida.

“Tristemente, foi o pior presidente que o Brasil já teve. É uma memória muito triste, que eu espero que se apague ao longo da história. Isso [apoiar Bolsonaro] foi um erro que eu cometi [e] me custou”, acrescentou.

Doria também pontuou que não se sentia pronto para apoiar o Partido dos Trabalhadores (PT) após vencer Fernando Haddad (PT) na disputa pela prefeitura de São Paulo, em 2016.

“Naquele momento eu havia vencido o PT em São Paulo em 2016. Havia vencido uma eleição dura, com o presidente Lula ainda no alto do seu prestígio, embora não mais como presidente, era a Dilma [Rousseff]. Havia vencido Fernando Haddad, que foi um bom prefeito, não foi um mal prefeito, é uma boa pessoa. Não tinha como fazer o apoio ao PT naquele momento”, disse.

Além de elogiar Haddad, Doria também listou pontos que, a seu ver, são positivos no governo Lula:

“No meio ambiente [foi] uma postura completamente diferente dos graves equívocos que foram cometidos durante o governo Bolsonaro. (…) Outro ponto também é a limitação a armas. Eu nunca pude compreender essa liberação na aquisição, manejo e porte de armas. Isso ofende a democracia e coloca em risco a vida de todas as pessoas”, avaliou.

FORA DA POLÍTICA

João Doria também mostrou estar resoluto em sua decisão de abandonar a carreira política e retornar à iniciativa privada. Apesar disso, ele afirma que chegou a essa conclusão sem “mágoa”.

“Eu tomei a decisão de não mais praticar e exercer a política, mas sem ressentimento, sem mágoa, nem da política, nem do PSDB, nem de ninguém. Eu virei a chave [e] voltei ao setor privado, de onde não quero sair. Quero seguir minha trajetória de onde eu vim, da atividade privada. Mas não quero virar as costas para o Brasil”, assinalou.

O ex-governador de São Paulo deixou o PSDB em outubro de 2022. Ele passou 22 anos filiado à legenda tucana.

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