A prótese imita as funções do coração humano e possui quatro válvulas biológicas para ajudar no fluxo sanguíneo
A startup francesa Carmat, especializada em tecnologia médica, anunciou que iniciará a comercialização de seus corações artificiais para pacientes em estado terminal no segundo trimestre de 2021.
Fundada em 2008, a Carmat tem seu foco na produção de corações artificiais “autorregulados e biocompatíveis” para pacientes que sofrem de insuficiência cardíaca terminal, doença que atinge 26 milhões de pessoas globalmente e cuja sobrevivência é inferior a 50% após cinco anos.
Em março do ano passado, a companhia anunciou que um de seus pacientes passou dois anos com o coração artificial recebido, desenvolvimento que eles consideram “muito encorajador”.
Na mesma época, eles garantiram 13 milhões de euros em financiamento do governo francês para a realização de testes clínicos. Após obter aprovação de venda em dezembro, suas ações subiram 66% e a empresa ficou avaliada em cerca de 407 milhões de euros.
De acordo com comunicado à imprensa, o coração artificial que será comercializado pode “fornecer suporte de longo prazo ou servir como uma ponte para um transplante de coração”.
A prótese imita as funções do coração humano e possui quatro válvulas biológicas para ajudar no fluxo sanguíneo, dois ventrículos, duas microbombas e sensores embutidos para garantir a adaptação do coração ao corpo.
Além disso, também há um equipamento externo, com baterias que duram até 4 horas e um console de atendimento hospitalar, para monitorar a prótese.
O coração de Carmat também incorpora materiais biológicos
De acordo com o cirurgião cardíaco Vigneshwar Kasirajan, que está liderando um ensaio clínico do coração artificial, a prótese “também incorpora materiais biológicos que podem reduzir a necessidade do paciente de tomar anticoagulantes”. Para ele, o design é um grande passo à frente.
“Pelo menos 2.000 pacientes estão atualmente em listas de espera para um transplante de coração na Europa, mas apenas uma fração deles tem a sorte de se beneficiar de um doador”, disse Stéphane Piat, presidente executiva da empresa. “Em 2021, nossa intenção é concentrar nossos esforços na Alemanha e na França, que respondem por mais da metade desses pacientes”.
A prótese custará 180 mil euros e a empresa deve trabalhar com seguradoras e governos para tentar cobrir o custo.