Decisão foi do desembargador Marco Antônio Martins Vargas, ligado a Alexandre de Moraes
Após a Justiça vetar a entrega do título de cidadã paulistana à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal de São Paulo, vereadores da cidade se manifestaram contra a decisão. É o caso do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil).
“É natural a iniciativa de se fazer o evento de segunda-feira em outro espaço, uma vez que o Parlamento municipal não comportaria o número de convidados”, disse Milton Leite.
O vereador Rinaldi Digilio (União Brasil) também criticou a decisão.
“É muita mentira e muita desonestidade. Temos sofrido perseguição por termos escolhido o Theatro Municipal como local para o ato”, destacou o parlamentar, revelando enorme pressão.
Vereadores argumentam que o espaço foi cedido em diversas oportunidades para eventos semelhantes, evidenciando a perseguição. De acordo com os parlamentares, só nesta legislatura, o vereador Eliseu Gabriel (PSB), correligionário de Tabata Amaral, usou o Theatro Municipal para dois eventos.
“Tivemos a entrega de títulos de Cidadão Paulistano, da Medalha Anchieta e de Salvas de Prata em diversos outros locais, e em outros mandatos, e que não aconteceram nas dependências da Câmara Municipal”, observou a secretária estadual da Mulher, Sonaira Fernandes.
“Tudo por uma questão de espaço, de melhor acolhimento. E nunca, jamais, a Justiça interferiu. Por que, agora, quer barrar? Só por que é a Michelle?”
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou, nesta sexta-feira (22), que a cerimônia de entrega de cidadania honorária da capital paulistana à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não poderá ser feita no Theatro Municipal. Na decisão, o juiz substituto em segundo grau Martin Vargas alegou que o uso do espaço para a homenagem acarretaria em um “grave risco de desvio de finalidade do bem público”.
O desembargador Marco Antônio Martins Vargas é ligado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tendo trabalhados juntos no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).