SP confirma que adolescente é a 4ª vítima de febre maculosa

Érissa Nicole Santos Santana tinha 16 anos e morreu na última terça-feira

Nesta quinta-feira (15), o Instituto Adolfo Lutz confirmou a quarta morte por febre maculosa em surto recente em Campinas (SP). Trata-se da adolescente de 16 anos Érissa Nicole Santos Santana, que morreu na última terça (13).

Érissa esteve com seu pai, Ednaldo Santana, na Feijoada do Rosa, realizada na Fazenda Santa Margarida, local considerado o foco do novo surto da doença na cidade. Ela foi até lá para acompanhar o pai, que havia sido contratado para enviar ambulâncias com brigadistas como parte do protocolo de segurança da festividade.

Na ocasião, a adolescente passou aproximadamente 30 minutos no local. Eles caminharam cerca de 40 metros na fazenda sobre uma estrada de terra batida, segundo relatou ao portal Metrópoles Jeferson Viana, supervisor da empresa de Ednaldo.

Em desabafo nas redes sociais, o pai da vítima disse que “somente Deus sabe” o tamanho da dor que ele sente após a perda da filha. De acordo com tio da adolescente, José Carlos Santana, Érissa era uma adolescente de fé, e costumava ajudar na igreja dando aulas para crianças. Ela ainda tinha o sonho de cursar administração para ajudar na empresa do pai, além de fazer intercâmbio e “conhecer o mundo”.

Além de Érissa, há outras três mortes recentes por febre maculosa confirmadas, todas de pessoas que estiveram no evento. São elas: a dentista Mariana Giordano, de 36 anos; o namorado dela e piloto de Fórmula C300, Douglas Costa, de 42 anos; além da ex-professora em faculdade de odontologia, Evelyn Santos, de 28 anos.

Ao todo, o estado de SP já registrou, desde o início do ano, oito mortes dentre 17 casos notificados.

FEBRE MACULOSA

A febre maculosa é uma doença infecciosa febril aguda. Ela pode causar quadros críticos, com alta probabilidade de morte. A doença recebe esse nome porque provoca febre no paciente, além de ser caracterizada pela presença de manchas vermelhas na pele – as máculas.

Ela é transmitida através do contato com carrapato-estrela, por meio de uma bactéria chamada Rickettsia rickettsii. Para ocorrer a transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele da pessoa, segundo o Ministério da Saúde. Não existe transmissão da doença de pessoa para pessoa.

O tratamento deve ser iniciado rapidamente e é feito à base de antibióticos específicos: é possível usar a doxiciclina ou o cloranfenicol. Se houver demora para começar o tratamento, há sérios riscos de que os medicamentos não surtam mais o efeito desejado.

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