Em artigo publicado na quinta-feira 16, George Soros, magnata fundador da Open Society, que financia ONGs de esquerda em todo o mundo, fez uma análise do panorama global diante das supostas mudanças climáticas causadas por ação humana e elogiou efusivamente o presidente Lula.
Soros, no artigo com o título “Aquecimento global, guerras quentes, sociedades fechadas”, parte do pressuposto de que, enquanto “dois sistemas de governança lutam pela dominação global, a civilização humana corre o risco de entrar em colapso, devido ao avanço inexorável das mudanças climáticas”. Ele define os dois tipos de governança como as sociedades abertas — o nome de sua própria organização — e as fechadas.
Cita textualmente a Índia e a Turquia, como sociedades que estariam num meio-termo, e destaca o Brasil, que, sob Lula, caminha para ser uma sociedade aberta. “O Brasil está na linha de frente do conflito entre sociedades abertas e fechadas.”
“Existem muitas outras potências regionais que podem influenciar o curso da história. O Brasil se destaca. A eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no fim do ano passado, foi crucial”, escreveu no artigo, publicado no site Project Syndicate, organização internacional de mídia que publica e distribui artigos sobre temas globais.
Soros também menciona as manifestações de 8 de janeiro, em que os prédios da Praça dos Três Poderes foram invadidos e as compara ao 6 de janeiro de 2021, nos Estados Unidos, quando apoiadores do ex-presidente Donald Trump invadiram o Congresso. “Lula conduziu a tentativa de golpe com maestria e estabeleceu sua autoridade como presidente”, elogiou o magnata.
Especificamente sobre a política relacionada ao clima, ele afirmou que o Brasil “está na linha de frente da luta contra as mudanças climáticas” e defendeu “forte apoio internacional” ao presidente brasileiro. “Lula deve proteger a floresta tropical, promover a justiça social e reacender o crescimento econômico, tudo ao mesmo tempo. Ele precisará de forte apoio internacional, porque não há caminho para emissões líquidas zero se ele falhar.”
No artigo, Soros também faz uma análise da China e da fracassada política de covid zero, da invasão da Ucrânia e termina escrevendo sobre os Estados Unidos, onde “a democracia, obviamente, não está muito bem”. Ele critica os republicanos — a oposição ao presidente democrata Joe Biden —, por tentar barrar novos aportes de recursos ao país de Volodymyr Zelensky, e ataca virulentamente Trump, a quem acusa de antidemocrático. “Ele não sente nenhum compromisso com a democracia; a democracia meramente fornece a ele um palco para atuar.”
A Open Society no Brasil
A Open Society, criada em 1984, defende bandeiras como a liberação das drogas, o desarmamento, a legalização do aborto e a libertação de presos considerados “não violentos”. A organização também financia projetos que “promovam os direitos em áreas como o reconhecimento legal da fluidez de gênero”.
Somente entre 2016 e 2019, George Soros distribuiu mais de US$ 30 milhões a organizações brasileiras. Segundo um levantamento publicado pelo jornal Gazeta do Povo, ao todo, 118 organizações receberam recursos da Open Society para atuar no Brasil entre 2016 e 2019. Somente em 2021, a Open Society repassou às ONGs brasileiras o equivalente a R$ 107,2 milhões.
Entre as ONGs brasileiras que receberam recursos estão a Associação Direitos Humanos em Rede, que defende o desencarceramento em massa; a Fundação Fernando Henrique Cardoso; o Instituto Clima e Sociedade; Instituto Alana; a União Nacional dos Estudantes; a Associação Marielle Franco; a Fundação Getulio Vargas (FGV); a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); a página Quebrando o Tabu; e o Instituto Sou da Paz.