Os novos registros oferecerão aos cientistas um olhar sem precedentes na estrutura e composição dos ventos solares, revelando ainda detalhes inéditos da coroa e outras partes
A sonda Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), registrou as fotos mais próximas do Sol já feitas. As imagens foram capturadas durante a primeira aproximação da missão à estrela, chegando a 77 milhões de quilômetros de sua superfície.
Conforme a ESA, os telescópios da espaçonave têm a mesma resolução do Solar Dynamic Observatory (SDO) da NASA, que tira fotos de uma órbita próxima à terrestre. No entanto, as imagens registradas agora possuem melhor qualidade, já que o equipamento estava na metade da distância entre a Terra e o Sol.
Elas também deverão superar a qualidade das imagens do telescópio solar Daniel K. Inouye, instalado no Havaí, pois não têm interferência da atmosfera terrestre. Os novos registros oferecerão aos cientistas um olhar sem precedentes na estrutura e composição dos ventos solares, revelando ainda detalhes inéditos da coroa e outras partes.
Por enquanto, não é possível ver estas imagens do periélio, que vão demorar cerca de uma semana para serem transmitidas da Solar Orbiter ao centro de operações da agência espacial. Depois de processadas, elas serão divulgadas ao público em julho.
Novas aproximações
Lançada em fevereiro deste ano, a Solar Orbiter ainda fará pelo menos outras duas aproximações. A próxima delas, no início de 2021, deve colocar a sonda a uma distância ainda menor do Sol, de 42 milhões de quilômetros, mais perto do que o planeta Mercúrio. Já no periélio seguinte, em 2022, ela estará a 48 milhões de quilômetros.
Posteriormente, a órbita dela será alterada, permitindo ver o astro a partir de latitudes mais altas, obtendo uma visão mais adequada dos seus polos. A observação da atividade nestas regiões ajudará a entender melhor o comportamento do campo magnético do Sol e o que motiva a criação do vento solar, cujos reflexos chegam a todo o Sistema Solar.