Sonda da Nasa encontra crateras de foguete misterioso que se chocou com a Lua

A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da NASA, sobrevoou a região do choque de um foguete contra a superfície lunar no início deste ano. Para a surpresa dos astrônomos, as fotos feitas pela nave mostraram que a colisão não deixou apenas uma, mas sim duas crateras em nosso satélite: uma, ao leste, mede cerca de 18 m de diâmetro, e está sobreposta a outra a oeste, com 16 m de diâmetro.

“A cratera dupla foi inesperada, e pode indicar que o corpo do foguete tinha grandes massas em cada ponta”, escreveu Mark Robinson, investigador principal da câmera da LRO. Geralmente, os foguetes usados têm massa concentrada na extremidade com o motor, e o restante é formado por um tanque de combustível vazio.Detalhe da formação dupla deixada pelo impacto do foguete perto da cratera Hertzsprung, no lado afastado da Lua.

Esta não é a primeira vez que um foguete se choca com a superfície lunar — basta lembrar que, durante a época do programa Apollo, os terceiros estágios dos poderosos foguetes Saturn V usados nas missões eram direcionados para colidirem com a Lua em impactos propositais e planejados. Só que, mesmo nestes casos, nenhum impacto criou crateras duplas.

Segundo informações da NASA, as crateras deixadas pelos estágios SIV-B do foguete eram irregulares e com mais de 35 m de diâmetro, sendo muito maiores que a dupla de crateras observada pela LRO; a maior das crateras do Saturn V chegou a 40 m.

O foguete que se chocou com a Lua

Foi no início deste ano que os astrônomos descobriram que um foguete misterioso estava a caminho de se chocar contra a superfície lunar. Os cálculos mostraram que o impacto aconteceria perto da cratera Hertzsprung, uma formação com diâmetro de mais de 500 km localizada no lado afastado da Lua; devido à localização, não seria possível observar o evento em tempo real. No fim, eles acertaram: as novas crateras identificadas pela LRO ficam pertinho de Hertzsprung.Em verde, o local estimado para a colisã.

Como podem muito bem ser, de fato, o local onde o foguete terminou sua jornada, elas devem revelar mais sobre ele. “Como a origem do foguete continua incerta, a natureza dupla da cratera pode ajudar a indicar sua identidade”, acrescentou Robinson. Como ele observou, ainda não se sabe exatamente de onde veio o foguete: especulações iniciais sugeriram que se tratava do estágio superior de um foguete Falcon 9, que lançou a missão DSCOVR em 2015.

Entretanto, novas análises e cálculos mostraram que, talvez, o objeto fosse o propulsor do foguete Long March 3, da China, que lançou a missão lunar Chang’e 5T1 em 2014. Na ocasião, o país negou as afirmações, e declarou que o monitoramento mostrou que o estágio superior do veículo lançador usado para a missão retornou para a atmosfera da Terra, onde foi completamente incinerado.

Fonte: Nasa

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