Missão coleta amostras em área que pode ter abrigado um lago
Em maio, a sonda Perseverance deu início a sua maior importante jornada: a busca por vida em Marte. O equipamento foi enviado ao planeta pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa, na sigla em inglês) em de julho de 2020.
A sonda da Nasa explora o delta da Jezero, cratera em que pousou em fevereiro de 2021. O regresso da Perseverance à Terra está marcado para 2030, quando trará as amostras coletadas para análises detalhadas.
“O delta na Cratera Jezero é o principal alvo astrobiológico da Perseverance”, disse Katie Stack Morgan, vice-cientista do projeto, à BBC. “Estas são as rochas que acreditamos ter o maior potencial para conter sinais de vida antiga e também podem nos contar sobre o clima de Marte e como isso evoluiu ao longo do tempo.”
De acordo com a estimativas da agência, pode ter existido um lago há bilhões de anos na Cratera Jazero.
“Os rios que fluem para um delta trazem nutrientes, que são úteis para a vida, e então o sedimento de grão fino que é trazido e depositado em alta taxa em um delta é bom para preservação”, explica Sanjeev Gupta, cientista da missão, do Imperial College London, Reino Unido. “Além disso, se houvesse vida no interior, isso poderia ter sido levado rio abaixo e concentrado em um delta.”
Para buscar vida em Marte
Com diversas ferramentas e instrumentos, a Perseverance consegue fazer analises físicas e químicas, além de ser capaz de coletar as rochas pilotar um mini-helicóptero experimental.
“A afirmação de que existe vida microscópica em outro planeta do nosso Sistema Solar é uma afirmação enorme. E, portanto, a prova também precisa ser enorme”, comentou Jennifer Trosper, gerente do projeto Perseverance da Nasa.
“Eu não acho que os instrumentos que temos por si só possam fornecer esse nível de prova. Eles podem fornecer algo como ‘achamos que pode ser isso’, e depois, quando trouxermos as amostras de volta à Terra e usarmos instrumentos mais sofisticados, poderemos ter certeza.”