Diplomatas americanos e russos fizeram gestões nas últimas horas junto à diplomacia brasileira para tentar colher informações sobre o posicionamento que o Brasil deverá adotar sobre a tensão na Ucrânia.
O Brasil é um dos dez membros rotativos do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), formado ainda por cinco membros permanentes: Estados Unidos, China, França, Rússia e Reino Unido.
Nessas conversas, a diplomacia brasileira tem mantido a linha das últimas semanas: defendendo ainda a solução diplomática.
A mesma posição deverá ser mantida também nesta quarta-feira (23), quando haverá uma reunião da Assembleia-Geral da ONU em Nova York para tratar especificamente da Ucrânia. O encontro estava marcado há meses, tendo em vista que é um dos temas de debate permanente da Assembleia.
O embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Ronaldo Costa Filho, deverá seguir a linha do que disse na reunião emergencial de defesa da solução diplomática.
Ainda assim, a avaliação no Itamaraty é a de que nas últimas 24 horas a situação se deteriorou, que os russos estão se sentindo em uma posição de força e que a ideia é que o Brasil mantenha independência e equidistância uma vez que não tem os mesmos interesses diretos que Estados Unidos, Rússia e União Europeia no conflito.
Há também a percepção de que falta um líder de peso no Ocidente para se contrapor ao presidente da Rússia, Vladmir Putin.
A aposta dentre diplomatas é de que o mais provável é que a solução para o embate não seja via ONU, mas por meio de uma solução direta que passe por Washington, Moscou, Paris e Bruxelas, onde fica a sede da União Europeia.