A artista declarou apoio a Lula, mas para vice-procurador-geral eleitoral não há demonstração de que o PT se beneficiou do evento
O vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet concedeu, na terça-feira 28, parecer pela extinção da representação protocolada pelo Partido Liberal, do presidente Jair Bolsonaro, contra o Partido dos Trabalhadores, de Luiz Inácio Lula da Silva.
O PL acusa o PT de propaganda eleitoral antecipada, por meio de pedido de votos da cantora Daniela Mercury, que, durante show em São Paulo em comemoração pelo Dia do Trabalho, declarou apoio a Lula.
No evento, promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a cantora disse que “quem não votar para Lula vai estar contra a Amazônia, contra tudo que a gente acredita e vem construindo democraticamente para este país”.
A artista declarou publicamente que estava fazendo campanha: “Nunca fiz campanha política pra ninguém, é a primeira vez na minha vida desde a última eleição que eu faço, contra e a favor de quem eu acredito”.
O procurador entendeu, no entanto, que não há como responsabilizar o PT, porque a representação do PL não descreve a conduta que caracterizaria o partido “como realizador ou beneficiário da propaganda eleitoral extemporânea”.
O fato de o vídeo do evento, com a declaração da cantora, ter sido publicado no canal do YouTube do PT não comprova a responsabilidade do partido, entendeu o procurador.
O caso ainda será analisado pela Justiça Eleitoral.