Fabiano Contarato entrou com representação após gesto feito pelo comentarista na Jovem Pan
Após ser acusado de ter feito um gesto nazista e ser demitido da Jovem Pan, o comentarista Adrilles Jorge pode enfrentar problemas na Justiça. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) solicitou que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abra uma investigação contra Adrilles, para apurar se houve crime de racismo e apologia ao nazismo.
A polêmica teve início durante participação em um programa na Jovem Pan. O gesto foi feito pelo comentarista durante um debate no programa Opinião sobre o caso do podcaster Monark, que defendeu a existência de um partido nazista no Brasil.
Adrilles disse que o partido comunista teria matado mais pessoas que o nazismo e, ao encerrar, levantou a mão direita para se despedir. O gesto foi associado ao “Sieg Heil”, uma saudação nazista utilizada na Alemanha de Adolf Hitler.
Diante da situação, o senador apresentou o pedido ao MP e afirmou que “antes da conclusão do programa, o apresentador ergueu a mão direita em manifestação idêntica àquela realizada por nazistas ao saudar Hitler, ditador alemão durante a Segunda Guerra Mundial e responsável pela condução do Holocausto que vitimou mais de seis milhões de pessoas, a maioria judeus. Não podemos permitir que esse genocídio contra a humanidade seja promovido no Brasil”.
Para Contarato, “a realização deste gesto deve ser compreendida no contexto das discussões que antecederam-no, durante as quais o senhor Adrilles Jorge buscou relativizar a gravidade de fato acontecido nos dias anteriores: a defesa da existência e funcionamento de partidos nazistas pelo apresentador Bruno Aiub, no podcast Flow”.
Contarato também afirmou que o “gesto nazista realizado pelo senhor Adrilles Jorge teve ampla disseminação, posto que foi realizado durante transmissão, ao vivo, de programa de notícias com grande audiência. Contraria, claramente, os princípios, insculpidos na Constituição Federal, que deveriam guiar a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão, especialmente o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família”.
Além disso, o petista ainda lembrou que, “em reconhecimento à materialidade e à gravidade do crime cometido, a Jovem Pan demitiu Adrilles Jorge, manifestando-se pelo repúdio a qualquer manifestação em defesa do nazismo. Sinalizou, ainda, que não endossava ‘qualquer tipo de manifestação que leve ao discurso de ódio e reforce ideias que remetam a um episódio da nossa história que deve ser lembrado como símbolo de um erro da humanidade que não deve jamais ser repetido’”.