Sem Tarcísio e Nunes em evento, Lula se recusa a assinar contrato

Petista afirmou que não assinaria o financiamento da expansão de linha do Metrô de São Paulo

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, neste sábado (29), durante evento do governo federal no bairro Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo, que não assinaria o financiamento da expansão da Linha 5 do Metrô de São Paulo até o local, porque o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que segundo ele cedeu o terreno para a obra por meio da Prefeitura, faltaram ao evento. A iniciativa faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“A gente hoje ia assinar o contrato da estação do metrô para chegar aqui, mas o prefeito, que nos deu o terreno, não veio, e o governador [também não]. Então, a Caixa Econômica Federal e o ministro das Cidades resolveram não assinar, porque é importante fazer isso junto do governador e com o prefeito”, disse Lula.

Tarcísio está na Inglaterra onde busca investidores para privatizar a Sabesp, e Nunes disse que não compareceria ao evento por considerar que é um ato político em favor de Guilherme Boulos (PSOL), que será seu adversário na eleição municipal.

A obra se transformou em uma disputa de “paternidade” com pano de fundo eleitoral entre o governo federal e Boulos, de um lado, e Tarcísio e Nunes, do outro. O governador fez um evento na semana passada no mesmo local e assinou o termo aditivo com a concessionária para levar a linha até o Jardim Ângela.

Após o anúncio, Tarcísio oficializou o coronel da reserva, Ricardo de Mello Araújo (PL), como vice de Nunes. O ex-policial militar foi indicado por Jair Bolsonaro (PL).

Estão previstos R$ 3,4 bilhões em investimentos e duas novas estações: Comendador Sant’anna e Jardim Ângela, que beneficiarão 150 mil pessoas por dia. O ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), disse, durante o evento, que o governo financiaria R$ 1,7 bilhão do total via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Pela manhã, Boulos criticou o governador e o prefeito por, de acordo com ele, explorarem politicamente uma obra que será financiada com recursos federais. O governo de São Paulo afirma que a concessão do metrô é estadual, assim como o projeto de expansão e que pagará um eventual empréstimo contraído junto ao BNDES.

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