‘Se acirrar, é pólvora’, diz líder do governo Bolsonaro, sobre protestos

Para Portinho, Lula precisa agora fazer a sua parte

O senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Senado, defende a ideia de que agora é a hora de o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fazer um gesto, na tentativa de amenizar os protestos que estão sendo realizados no país, que, segundo ele, são “pólvora”.

Nesta quarta-feira, 2, enquanto a Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo atuava para dispersar os manifestantes na Rodovia Castelo Branco, Portinho conversou com a Revista Oeste. Na análise do líder, o jogo virou, e agora é a vez de Lula fazer um movimento que possa acalmar os manifestantes.

“A pergunta não é como Lula vai tratar isso? Essa não vi ainda em nenhum noticiário. Ele é o presidente eleito. Não fará nenhum gesto? Difícil para ele”, afirmou Portinho.

Segundo o senador, os protestos são uma consequência natural do resultado das urnas. A continuidade do movimento dependerá, na análise do parlamentar, de como será a condução por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), além, claro, de Lula.

“Depende como será conduzido o assunto pelo STF e pelo presidente eleito. Se acirrar, é pólvora. É preciso tato e serenidade.”

Desde a última segunda-feira, 31, manifestantes ocupam trechos de estradas do país contra a eleição de Lula. Nesta segunda-feira, o presidente da República fez o primeiro pronunciamento público após a eleição. Durante o discurso, Bolsonaro agradeceu pelos votos que recebeu no domingo e reconheceu o direito de manifestação dos eleitores.

Bolsonaro, contudo, deixou claro que os atos devem ser pacífico. “Nosso métodos não podem ser iguais aos da esquerda, que prejudicaram sempre a população, como invasões a propriedades, destruição do patrimônio e impedimento do direito de ir e vir”, declarou.

Para Portinho, Lula precisa agora fazer a sua parte.

“Se não fizer agora, terá de fazer na posse. Não é o presidente eleito? Não tem liderança? Como vai governar com um país em pólvora? Agora é com ele”, disse.

Mais cedo, em uma postagem no Twitter, nesta segunda-feira, 2, o ministro da Justiça, Anderson Torres, pediu que as manifestações contrárias à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não impeçam o direito de ir e vir de todos”. Desde segunda-feira 31, manifestantes têm bloqueado rodovias em todo o país. Nesta quarta-feira, segundo a Polícia Rodoviária Federal, 167 pontos seguem interditados.

Na publicação, Torres destacou que esse também foi o pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o pronunciamento feito na terça-feira 1º. “Reitero o pedido do presidente Jair Bolsonaro para que as manifestações não impeçam o direito de ir e vir de todos”, escreveu.

O ministro também compartilhou dados das operações da PRF, informando que 563 manifestações já haviam sido desfeitas.

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