Empresária, mãe do ex-ministro Blairo Maggi, tem fortuna de cerca de R$ 32 bilhões
Com sua versão de 2022 divulgada na terça-feira passada (5), a lista anual de bilionários da revista Forbes trouxe no topo do ranking das mulheres mais ricas do Brasil a empresária Lucia Maggi, de 89 anos, cofundadora do Grupo Amaggi, multinacional da área do agronegócio. De acordo com a publicação, a fortuna dela é de cerca de R$ 32 bilhões.
O sobrenome, que pode soar familiar principalmente para quem acompanha o noticiário político, realmente tem relação com o ex-governador de Mato Grosso e ex-ministro da Agricultura durante o governo Michel Temer, Blairo Maggi, que é filho de Lucia com o empresário André Maggi.
Junto com o marido, Lucia fundou em 1977 a Sementes Maggi, que anos depois viraria o Grupo Amaggi, uma das maiores exportadoras de soja do mundo. Ao longo das últimas quatro décadas e meia, e mesmo com a morte do marido em 2001, a empresária conseguiu levar a companhia a ocupar a 13ª posição na lista das 100 maiores empresas do agronegócio no Brasil.
Após a morte do marido, Lucia chegou a assumir o comando do grupo. Atualmente, porém, a empresária ocupa uma posição consultiva no Conselho de Administração da companhia.
FUNDAÇÃO ANDRÉ E LUCIA MAGGI
Além do grupo empresarial, a família criou, em 1997, a Fundação André e Lucia Maggi, que inicialmente tinha como objetivo angariar recursos para construir um hospital em Sapezal (MT). O Hospital e Maternidade Renato Sucupira, criado a partir da iniciativa, ainda existe e é administrado pelas Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo da Associação Missionária de Beneficência.
Em 2004, os trabalhos da fundação foram ampliados com o desenvolvimento de ações tendo como base a matriz da Amaggi, na época em Rondonópolis (MT). Entre os trabalhos iniciais estava a produção de uma bebida à base de soja que era distribuída, como complemento alimentar, para instituições de Itacoatiara (AM), Rondonópolis (MT) e Sapezal (MT), locais de atuação da Amaggi.
Já em 2009, a fundação inaugurou o projeto Casa Maggica, em Rondonópolis (MT), um espaço social para crianças e adolescentes, com atividades de dança, música, teatro e artes. No mesmo ano, também foi aberto o projeto Centro Cultural Velha Serpa, em Itacoatiara (AM), onde a estrutura que abrigava o matadouro municipal foi transformada em um espaço cultural.
FILHO COMO MINISTRO DE TEMER
Um dos nomes na gestão dos negócios do Grupo Amaggi é Blairo Maggi, filho de Lucia e André. Além de ser um dos acionistas da empresa, Blairo foi governador de Mato Grosso por dois mandatos (2003 e 2007), senador e ministro da Agricultura durante o governo de Michel Temer.
Conhecido como “rei da soja”, Blairo foi, por muitos anos, alvo da fúria de movimentos ambientalistas. Em 2005, o Greenpeace o contemplou com o prêmio Motosserra de Ouro, que seria dado para as personalidades que supostamente estimulariam a destruição ambiental.
Em 2011, Maggi tomou posse do cargo de senador pelo estado do Mato Grosso. Em 2013, ele assumiu a presidência da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado. Em 2016, ainda como senador, ele foi escolhido por Temer para assumir o Ministério da Agricultura, após o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Em 2017, Blairo passou a ser investigado pela Procuradora-Geral da República (PGR) após delatores da Odebrecht afirmarem, na Operação Lava Jato, que ele teria recebido R$ 12 milhões durante sua campanha para governador de Mato Grosso em 2006 em troca de apoio à construtora. O então ministro negou, à época, que tivesse qualquer relação com a empresa e seus dirigentes.
Em 2018, o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento do inquérito. O ministro atendeu a um pedido feito pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que afirmou que a PGR não encontrou provas contra ele e o deputado Zeca do PT, também citado pelos delatores.