Yevgeny Prigozhin, líder da milícia russa, acusa o presidente do país de negligenciar a vida dos soldados mercenários
O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou o rompimento das relações com o Ministério da Defesa da Rússia na tarde de sexta-feira 23.
E o que motivou o desentendimento entre Prigozhin, que lidera a milícia abertamente pró-Rússia, e o presidente do país, Vladimir Putin?
O “racha” teve início depois de uma batalha do Grupo Wagner pelo domínio da cidade de Bakhmut, na Ucrânia. Na ocasião, os milicianos acusaram o Ministério da Defesa da Rússia de não fornecer munição suficiente para as tropas de Prigozhin.
Na tarde de ontem, Prigozhin enviou um recado a Putin. “O mal trazido pela liderança militar do país deve ser interrompido”, disse. “Eles negligenciam a vida dos soldados. Esqueceram a palavra ‘justiça’ e vamos trazê-la de volta.”
Prigozhin disse também que “aqueles que destruíram hoje nossos homens, que destruíram dezenas de milhares de vidas de soldados russos, serão punidos”.
Na mensagem, o líder do Grupo Wagner afirmou também que “todos aqueles que tentarem resistir, os consideraremos um perigo e os destruiremos imediatamente, incluindo quaisquer postos de controle em nosso caminho”.
Putin defende a Rússia e promete retaliação ao Grupo Wagner
Na manhã deste sábado, 24, Putin respondeu ao recado de Prigozhin e prometeu conter as investidas do Grupo Wagner.
O presidente russo disse que vai “punir quem trair as Forças Armadas” e considerou a rebelião do Wagner uma “facada nas costas”.
“É um golpe para a Rússia, para o nosso povo”, disse Putin, durante um pronunciamento em cadeia nacional. “E nossas ações para defender a pátria contra tal ameaça serão duras.”
O presidente russo disse que “todos os que deliberadamente pisaram no caminho da traição, que prepararam uma insurreição armada, que seguiram o caminho da chantagem e métodos terroristas, sofrerão punição inevitável, responderão tanto à lei quanto ao nosso povo”.
Ao fim do discurso, Putin fez um apelo aos integrantes do Wagner, conclamando-os a “fazer a coisa certa” e deixar o grupo paramilitar, para se juntar aos militares russos.