O ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, 79 anos, deu detalhes do que encontrou na pasta no curto período de três meses que esteve à frente do MEC durante o governo de Jair Bolsonaro.
O professor colombiano naturalizado no Brasil foi escolhido por seu perfil técnico e também ideológico e nos meses que esteve à frente da Pasta apresentou propostas para melhorar desde o ensino fundamental, até o técnico e as universidades.
Segundo ele, um dos maiores desafios era enfraquecer a influência da esquerda nas universidades federais. Em entrevista à Revista Oeste, Rodriguez revelou que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) interfere na formação da listra tríplice de indicação de reitores.
Para mudar esse cenário, Rodriguez apresentou um novo jeito para escolher reitores, baseado no modelo adotado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
“Os dirigentes do ITA são escolhidos por uma comissão de professores experientes, que leva em conta o currículo do sujeito. O colegiado escolhe os cinco melhores, sabatina o pessoal e seleciona três. Esses nomes, então, chegam ao MEC, que encaminha ao presidente da República para a palavra final. Só a mudança desse mecanismo de gestão ajudaria. Em cinco anos, teríamos o campo areado”, disse.
O ex-ministro comentou que é “uma tragédia” a forma como a esquerda política se instalou nas universidades brasileiras durante o regime militar, na década de 1960.
“Os “progressistas” dominaram a intelectualidade usando as técnicas do escritor marxista Antonio Gramsci. Quando os generais saíram do poder, só havia a esquerda, que já dominava praticamente todo o sistema público de ensino, além de outros setores da sociedade. As nossas atuais mazelas vêm daí (…) Temos de tirar as universidades das garras da esquerda”, comentou o professor.