PSOL alegou que Salles usou relatoria da CPI do MST como “arma política para intimidação”
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou, por 10 votos a 3, a representação feita pelo PSOL contra o deputado Ricardo Salles (PL-SP). O partido alegou que, como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Salles cometeu “violência de gênero” por usar o colegiado como “arma política para intimidação”.
Em maio, Salles pediu a extração das falas da deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) após ela fazer acusações ao deputado. Ele fez o pedido para apresentar ação contra a colega no colegiado – já protocolada e arquivada por votação na instância. Em sua defesa, Salles disse que o que acontecia era o inverso e que deputadas do PSOL faziam ataques a integrantes da comissão.
“A CPI do MST presenciou um sem-número de ataques e provocações muito pesadas, inclusive, de deputadas a um sem-número de deputados ali presentes, rotulados de terroristas, assassinos, genocida, bandido (…). Era uma estratégia de ataque, escamoteado atrás da discussão de gênero”, apontou.
O Conselho de Ética também arquivou, por 11 votos a 1, uma representação do PL contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). A legenda acusou Glauber de “ferir gravemente” a honra de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao falar do caso das joias sauditas trazidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na representação, o PL justificou que Glauber imputou o “falso crime” de peculato. Glauber, por sua vez, sustentou que o que foi dito não passou de “uma discussão política de natureza dura”, mas que não extrapolava os limites do que dispõe a Constituição e o Código de Ética.
Até o momento, o Conselho de Ética não deu prosseguimento a nenhuma das 22 representações protocoladas no colegiado. O presidente da comissão, Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), fez um apelo a parlamentares em setembro para que parassem de fazer trocas de acusações por via de representações.