Repórter do SBT é intimidada ao vivo ao tentar noticiar greve

Branca Andrade foi cercada por dois homens enquanto mostrava transtornos causados por paralisação

A repórter Branca Andrade, do SBT no Rio de Janeiro, foi intimidada ao vivo nesta sexta-feira (25) enquanto noticiava a greve de funcionários do sistema de transporte BRT da capital fluminense. Ao começar a falar sobre o transtorno causado pela greve aos usuários do sistema, Branca foi cercada por dois homens sem identificação.

“Eu estou aqui para mostrar que o BRT parou de funcionar essa madrugada, e a população está sem conseguir embarcar. Nesse momento, nós estamos sem liberdade de expressão, estamos cerceados aqui”, disse a repórter, enquanto um homem se posicionava, com insistência, na frente da câmera.

Visivelmente nervosa com a situação, a repórter pediu para o homem se afastar. Neste momento, mais um homem apareceu e continuou fazendo uma barreira na frente da câmera. Na sequência, um dos homens pisa no cabo de áudio da jornalista, o que a deixa sem o retorno do estúdio.

“O senhor está atrapalhando o meu trabalho, cara. Não é assim que funciona. Estou tentando andar. O meu chefe me pediu para entrar ao vivo, e eu estava andando”, disse ela.

Nas redes sociais, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, se disse indignado com a atitude dos dois homens e garantiu que os mesmos não eram funcionários do BRT. Paes afirmou ainda que determinou que o secretário de Ordem Pública da cidade, Brenno Carnevale, faça a devida apuração do caso.

“Absurdo! Certamente nenhum desses sujeitos tem qualquer relação com a Prefeitura. Já determinei ao secretário de Ordem Pública a devida apuração para que eles possam responder por essa situação”, completou.

SOBRE A GREVE

Nesta sexta-feira, os motoristas do BRT iniciaram uma greve pedindo melhores condições de trabalho, segurança e um reajuste nos salários. Com isso, muitos passageiros encararam longas filas e aglomerações para conseguirem pegar um ônibus convencional, para chegar ao trabalho.

Há três corredores do BRT no Rio, mas apenas o Transoeste operava parcialmente, com ônibus regulares e apenas a linha Santa Cruz-Alvorada. Já os corredores Transcarioca e Transolímpica ficaram paralisados, de acordo com a Prefeitura.

Em nota, a Prefeitura do Rio disse não ter recebido qualquer notificação sobre a intenção dessa paralisação ou a pauta de reivindicaçõesa por parte do Sindicato dos Rodoviários ou de qualquer outra liderança da categoria.

O Sindicato dos Rodoviários do Rio, por sua vez, informou que cerca de 480 motoristas paralisaram os trabalhos e reivindicaram um novo contrato que garanta todos os direitos dos funcionários, incluindo férias, 40% do FGTS em caso de demissão, reajuste salarial, ticket alimentação, plano de saúde e outros direitos trabalhistas.

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