Presidente diz que ganhou objeto do ex-presidente da França Jacques Chirac
O relógio de pulso da marca Piaget avaliado em R$ 80 mil que o petista Lula diz ter ganhado em 2005 do então presidente da França Jacques Chirac não consta na lista de presentes oficiais encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU).
A informação é da coluna Painel, da Folha de S.Paulo. O jornal obteve a lista completa dos 568 itens descritos como presentes a Lula quando ele deixou o cargo.
O assunto voltou à tona em julho, quando Lula mencionou o relógio na live semanal, reafirmando que ganhou o objeto de Chirac, em 2005, durante as comemorações do Ano do Brasil na França. Na ocasião, o presidente disse que o presente ficou perdido por um tempo e que o encontrou em uma gaveta depois da mudança. Passou, então, a usar o relógio.
Em 2016, quando itens desaparecidos da coleção de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff viraram alvo de um processo no TCU, uma relação com 568 itens foi entregue. Mas o relógio não consta dessa lista. Na ocasião, oito itens que Lula ganhou de presente foram dados como extraviados e ele pagou cerca de R$ 11 mil como ressarcimento. Segundo a assessoria do TCU, o relógio não estava entre esses oito itens.
Neste mandato, Lula ganhou relógio e outros presentes
Neste mandato, até junho, Lula e a primeira-dama Janja receberam mais de 200 presentes. Entre os 231 itens, há relógios, esculturas, quadros, camisetas e bonés. Parte deles (63) foi dada por autoridades estrangeiras. Da China, vieram vasos ornamentais; dos Emirados Árabes, um relógio de mesa; e, da Espanha, um jogo de xadrez.
O restante, Lula e Janja ganharam de associações ou empresas nacionais. Desses, a maior parte foi dada por populares e tem valor simbólico. Ao todo, a lista inclui 30 camisetas (sendo seis de times de futebol), 13 canetas, 12 esculturas e 12 pinturas. Também há na lista objetos como azulejo, bracelete, xale, adorno de cabeça, lenço, copo, moeda, imagens devocionais e leque.
Os bens recebidos por qualquer presidente da República devem ser cadastrados. Inicialmente, ficam sob responsabilidade da Diretoria de Documentação Histórica, que faz parte do gabinete da Presidência.