Relatora esquerdista da CPMI do 8 de janeiro pede indiciamento de Bolsonaro, mas livra GDias e Flávio Dino

Documento também quer indiciamento de Anderson Torres, Mauro Cid, Braga Netto, Augusto Heleno e outros militares

Relatora da CPMI dos Atos de 8 de Janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou nesta terça-feira (17) o relatório final produzido pelo colegiado. O texto, que conta com mais de 1.300 páginas, pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de cinco ex-ministros dele, e de quatro ex-auxiliares.

Durante leitura da introdução do documento, Eliziane sustentou que as investigações, depoimentos e documentos evidenciaram o nome do ex-chefe do Executivo. Eliziane ainda sustentou que o 8 de janeiro tratou-se de uma “mobilização coordenada” e defendeu que “houve método na invasão”.

No total, o relatório pede o indiciamento de 61 pessoas. Entre os nomes que pertencem ao círculo de Bolsonaro, estão o do ex-ministro da Casa Civil e Defesa, Walter Souza Braga Netto; do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; do ex-ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira; do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes; do ex-ajudante de ordens, general Mauro Cid; do major Ailton Gonçalves Moraes Barros; do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antônio Elcio Franco Filho; e do coronel Jean Lawand Júnior.

A senadora propõe indiciamentos por 26 delitos, sendo os mais comuns os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de depor governo legítimo.

Relatora da CPMI do 8/1 livra GDias e Dino de indiciamento

Eliziane Gama livrou o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula (PT), Gonçalves Dias, de responsabilização pela depredação das sedes dos Três Poderes. Ao ler o relatório final produzido por ela, a parlamentar disse que não enxergou dolo na conduta do militar.

“Quanto à atuação do ministro-chefe do GSI, Marco Edson Gonçalves Dias, não se pode igualar a sua conduta àquelas dos seus subordinados, acima indiciados, já que efetivamente no cargo havia apenas sete dias, ao passo que os seus inferiores hierárquicos eram evidentemente conhecedores de informações privilegiadas a respeito do risco concreto de danos ao Palácio do Planalto, e que optaram dolosamente por se omitir, quando tinham a obrigação normativa de agir para evitar o resultado. Assim, ausente o dolo na conduta de Gonçalves Dias, não vislumbramos possibilidade de responsabilização do agente pelos referidos delitos”, declarou Eliziane.

Ela também optou por não indiciar o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

RELATÓRIO PARALELO

Prevendo a não responsabilização de GDias, Flávio Dino e do próprio Lula (PT), a oposição, por sua vez, produziu um relatório paralelo com pedido de indiciamento contra eles. O documento também mira o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha, o ex-comandante geral da PMDF coronel Klepter Rosa Gonçalves e o ex-chefe interino do Departamento Operacional da PMDF tenente-coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra.

O texto é assinado pelos congressistas Marco Feliciano, Nikolas Ferreira, André Fernandes, Filipe Barros, Abilio Brunini, Delegado Ramagem, Mauricio Marcon, Rodrigo Valadares, Flávio Bolsonaro, Damares Alves, Eduardo Girão, Cleitinho, Esperidião Amin, Jorge Seif, Marcos Rogério e Magno Malta.

CONFIRA A LISTA COMPLETA DOS INDICIADOS PELA RELATORA ESQUERDISTA

  • Ex-presidente Jair Bolsonaro
  • General Braga Netto
  • Anderson Torres
  • General Augusto Heleno
  • General Luiz Eduardo Ramos
  • General Paulo Sérgio Nogueira
  • Almirante Almir Garnier Santos
  • General Freire Gomes
  • Tenente-coronel Mauro Cid
  • Filipe Martins
  • Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)
  • Coronel Marcelo Costa Câmara
  • General Ridauto Lúcio Fernandes
  • Sargento Luis Marcos dos Reis
  • Major Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Coronel Elcio Franco
  • Coronel Jean Lawand Júnior
  • Marília Ferreira de Alencar
  • Silvinei Vasques
  • General Carlos José Penteado
  • General Carlos Feitosa Rodrigues
  • Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior
  • Coronel André Luiz Furtado Garcia
  • Tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos
  • Capitão José Eduardo Natale
  • Sargento Laércio da Costa Júnior
  • Coronel Alexandre Santos de Amorim
  • Tenente-coronel Jader Silva Santos
  • Coronel Fábio Augusto Vieira
  • Coronel Klepter Rosa Gonçalves
  • Coronel Jorge Eduardo Naime
  • Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra
  • Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues
  • Major Flávio Silvestre de Alencar
  • Major Rafael Pereira Martins
  • Alexandre Carlos de Souza
  • Marcelo de Ávila
  • Maurício Junot
  • Adauto Lúcio de Mesquita
  • Joveci Xavier de Andrade
  • Meyer Nigri
  • Ricardo Pereira Cunha
  • Mauriro Soares de Jesus
  • Enric Juvenal da Costa Laureano
  • Antônio Galvan
  • Jeferson da Rocha
  • Vitor Geraldo Gaiardo
  • Humberto Falcão
  • Luciano Jayme Guimarães
  • José Alipio Fernandes da Silveira
  • Valdir Edemar Fries
  • Júlio Augusto Gomes Nunes
  • Joel Ragagnin
  • Lucas Costar Beber
  • Alan Juliani
  • George Washington de Oliveira Sousa
  • Alan Diego dos Santos
  • Wellington Macedo de Souza
  • Tércio Arnaud
  • Fernando Nascimento Pessoa
  • José Matheus Sales Gomes

O relatório final deve ser votado nesta quarta-feira (18). Após sua aprovação, o documento deve ser encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirão dar continuidade ou não à apuração.

Fonte: Pleno News

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