Motim aconteceu em penitenciária na cidade de Santo Domingo de los Tsáchilas
Ao menos 44 presos morreram durante um novo motim ocorrido nesta segunda-feira (9) na penitenciária da cidade de Santo Domingo de los Tsáchilas, no Equador. Inicialmente, o número divulgado pela Procuradoria Geral da República foi de 43 óbitos, mas posteriormente o total foi ampliado com a inclusão de mais uma morte.
Entre os mortos, 41 faleceram após um confronto entre duas quadrilhas rivais, enquanto outros três morreram em decorrência dos graves ferimentos quando foram transferidas para receber assistência médica, informou o Serviço Nacional de Atenção Integral (SNAI), o órgão estatal encarregado de controlar as prisões.
Nas buscas realizadas pelas forças de segurança no pavilhão de segurança máxima, após conseguirem assumir o controle do presídio, foram encontrados quatro fuzis, três pistolas, um revólver, quatro granadas, 1.800 cartuchos e três carregadores, conforme comunicou o mesmo SNAI.
PRISIONEIROS TRANSFERIDOS
Na tarde de segunda, a Polícia Nacional transferiu seis presos identificados como os supostos líderes das quadrilhas e responsáveis pelo massacre. A transferência foi destacada pelo presidente do Equador, Guillermo Lasso, como um sinal do compromisso de seu governo em restaurar a ordem nas prisões.
– Não vamos ceder às máfias – destacou Lasso.
Cinco deles foram levados para a penitenciária de segurança máxima La Roca, localizada na província costeira de Guayas, enquanto o outro foi conduzido para a Penitenciária do Litoral, localizada na mesma província. Os cinco supostos responsáveis por outro massacre, ocorrido há apenas um mês na prisão da cidade sulista de Cuenca, também foram levados para La Roca.
MESMOS ENVOLVIDOS NO MASSACRE EM CUENCA
Conforme explicou o Ministério do Interior, Patricio Carrillo, em entrevista coletiva, tanto o massacre de abril em Cuenca como o último em Santo Domingo têm por trás os mesmos grupos criminosos, um que se denomina “Los Lobos” e uma facção dissidente autodenominada “R7”.
– O que se viveu hoje na prisão de Santo Domingo foi a crueldade de uma quadrilha criminosa que perpetuou os mesmos atos há um mês em Azuay (a província da qual Cuenca é a capital) – afirmou Carrillo.
Na coletiva, o titular da pasta de Interior defendeu “a revisão dos mecanismos de acumulação de penas, a negação de benefícios aos envolvidos e a imposição de um regime disciplinar mais exigente”. Com este último episódio, já são mais de 400 detentos que morreram desde 2020 em confrontos entre facções ligadas ao narcotráfico que disputam o controle das prisões do Equador.
Para resolver a crise carcerária, o governo do Equador está contratando 1.400 novos agentes penitenciários, concedendo cerca de 5 mil indultos a condenados por crimes menores e desenvolvendo a primeira política de direitos humanos do país para a população carcerária.