O apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, ganhou ação que a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) movia contra ele em virtude de uma declaração do comunicador no programa “Turma do Ratinho”, veiculado na Massa FM São Paulo 92,9.
Na época, Ratinho comentava sobre projeto de lei apresentado pela esquerdista para que a expressão “marido e mulher” fosse banida das celebrações de casamento por, supostamente, não tratar de forma igualitária todos os tipos de casais.Bonavides sugeriu que a frase fosse substituída por “declaro firmado o casamento”.
A proposta irritou o apresentador, que fez fama por seu jeito irreverente e afrontoso. “A gente tinha que eliminar esses loucos, não dá para pegar uma metralhadora? Natália, você não tem o que fazer, minha filha? Vai lavar a roupa, costurar a cueca do seu marido. Isso é uma imbecilidade mudar esse tipo de coisa”, desdenhou.
A juíza Geilza Cavalcanti Diniz, que julgou o caso, proferiu decisão favorável ao apresentador e disse que Ratinho não cometeu crime algum, mas manifestou-se dentro dos limites da lei.
“Este juízo fez constar a necessidade de se distinguirem as matérias jornalísticas que visam à informação daquelas que visam primordialmente ao entretenimento, sendo que, nestas últimas, é comum o uso de ofensas e de palavras contundentes, muitas vezes de baixo calão”, argumentou a magistrada.
“Embora tais colocações tenham sido interpretadas pela autora como sendo misóginas e preconceituosas, além de ofensivas, é certo que se deve aferir se, para além da percepção da autora, as palavras proferidas pelos apresentadores do réu, mesmo que ofensivas, se deram dentro dos limites do entretenimento ou se constituíram abuso de direito”, acrescentou.
“Não há como qualquer pessoa mediana, ao assistir programas do tipo, entender que houve qualquer incitação ou crítica séria, seja à nobre Deputada, seja ao seu projeto de lei’, escreveu a juíza.
Bonavides ficou revoltada com o resultado da ação, informou que vai recorrer e ainda acusou a Justiça de ser “machista”.
“Ele (Ratinho) colocou minha vida e minha integridade física em risco. Ainda disse que eu fosse lavar as cuecas de meu marido. Essa decisão mostra o quão machista é o judiciário e o quanto agressores se sentem à vontade, sob a guarida da impunidade, para cometer crimes contra as mulheres”, conjecturou.