Influenciador teve a casa invadida por bandidos que levaram o equivalente a R$ 5 milhões no último domingo (29/5)
A vida de Carlinhos Maia virou de cabeça para baixo após o assalto a sua casa em Maceió (AL) no último domingo (29/5). O equivalente a R$ 5 milhões, entre objetos de valor e dinheiro em espécie, foram roubados após os bandidos invadirem a residência do influenciador. Nessa quarta-feira (1/6), esta coluna revelou com exclusividade que as investigações avançaram e que a Polícia Civil de Alagoas já emitiu pedidos de prisão contra os suspeitos do caso. Para entender um pouco mais sobre os desafios e próximos passos da investigação, a coluna LeoDias conversou com o perito criminal Eduardo Llanos e com o especialista em segurança pública Roberto Monteiro.
Rastreamento dos itens levados
Um dos aspectos mais difíceis da investigação é encontrar as joias e todos os itens e valores roubados. O delegado Roberto Monteiro afirmou que será extremamente difícil para os investigadores recuperarem os itens roubados: “Nós sabemos que joias de boa qualidade, de alto valor, elas são difíceis de serem receptadas e compradas por criminosos ou qualquer pessoa, por ser, justamente, joias de alto valor. Acredito que não haja comércio no estado de Alagoas. Então, é muito comum que essas pessoas, os marginais, tragam para grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro”.
“Fiquei sabendo que havia um brilhante de grande quilate, com uma certificação GIA que é uma certificação internacional, feita nos EUA ou na Ásia que um laboratório certifica a qualidade e pureza do brilhante. E nele, é gravado um número que é impossível de ser apagado sem quebrar a pedra. Ainda assim, esse número ele não tem rastreabilidade, ou seja, não dá para saber para quem ele foi vendido e revendido. Os criminosos tiram a pedra do anel ou gargantilha e aproveitam o ouro e/ou a platina e as vendem separadamente. Desconfigura a peça de joia, o que dificulta muito a identificação dessas peças”.
O dinheiro que foi roubado também será dificilmente recuperado, uma vez que são raros os casos de pessoas que anotam os números de séries das notas. “O dinheiro circula, então não dá para rastrear, até porque eu penso que o Carlinhos não deve ter anotado o número das notas que mantém em casa. É muito incomum as pessoas anotarem”.
Dificuldades na investigação
Segundo o perito Eduardo Llanos, uma das principais dificuldades para os investigadores são as mudanças na cena do crime e falta de diferentes hipóteses para o cometimento dos crimes: “As principais dificuldades para trabalhar no local onde aconteceu um crime são: a falta de preservação e isolamento do local, inexistência da coleta de digitais e DNA, trabalhar com uma única linha de investigação, não procurar imagens além das existentes no local, não identificar o modus operandis dos criminosos e dar coletivas de imprensa manifestando os trabalhos que estão sendo desenvolvidos pela polícia que só aporta como forma de prevenção para os criminosos”.
O investigador também ressalta que o fato de Carlinhos Maia ser uma figura de enorme repercussão, coloca mais pressão nas costas dos policiais para resolver o caso: “Quando o crime atinge uma pessoa pública normalmente o empenho para elucidar o crime é maior pela exposição do fato na mídia”.
Falhas e prevenção na segurança
Dentre as falhas de segurança que foram notadas no local onde Carlinhos Maia mora, estão pontos cegos no sistema de vigilância e sistema de câmeras desligadas durante o roubo. Eduardo Llanos afirma que, apesar destas dificuldades, há outras formas de identificar possíveis suspeitos: “Inicialmente os pontos cegos não impedem a apreciação das imagens que mostram os suspeitos acessando o condomínio uma vez que câmeras são posicionadas estrategicamente para os locais de acesso. Além de câmeras perimetrais que permitem a visualização da violação dos acessos obrigatórios, mesmo os suspeitos tendo utilizado bonés e máscaras, é possível confirmar sua identificação efetuando uma comparação, analisando elementos característicos particulares e gerais, tais como : altura , cor da pele, IMC, tatuagens e etc”.
Já Roberto Monteiro alerta para um sistema de segurança mal estabelecido que pode afetar em todo projeto de segurança patrimonial: “Nós sabemos que a segurança privada e patrimonial é uma atividade muito complexa e nós também sabemos que muitas empresas que não são confiáveis vendem uma falsa sensação de segurança. A instalação de câmeras, por exemplo, não basta colocar várias sem nenhum critério. Sempre o que é correto, e empresas sérias fazem, antes de qualquer instalação, é fazer uma análise de risco e diagnóstico de segurança, justamente para se ter nessa análise, os pontos frágeis, e no diagnóstico, apontar como resolver os pontos frágeis e resolver os problemas de segurança”.
O delegado de polícia complementa com um alerta a todos aqueles que visam instalação de equipamentos de segurança, nem todas as empresas são confiáveis: “Hoje, há muitas empresas vendedoras de ilusão que não tem um técnica suficiente, que não tem a seriedade necessária que coloca câmeras e placas mas quando você vê a fundo, não tem a efetividade necessária”.