Plano para assassinar autoridades incluía o ex-juiz Sergio Moro
Além do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco), também era um alvo da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no plano de sequestro, extorsão e homicídio.
O integrante do MP, de 56 anos, é o principal investigador da facção criminosa no país.
Em 2018, foi Gakiya quem pediu a transferência de Marcola de São Paulo para um presídio federal. No início do ano seguinte, o chefe do PCC foi trazido para a Penitenciária Federal de Brasília. Enquanto isso, no pacote anticrime proposto por Moro, havia a proibição da visita íntima e o monitoramento dos contatos dos presos. Desde então, Gakiya começou a ser escoltado por policiais militares.
O promotor já foi alvo da facção antes. Em setembro de 2020, foi descoberto um plano do PCC de assassinar Gakiya após a polícia localizar uma carta na Penitenciária 1 de Presidente Bernardes. Tratava-se de uma retaliação à transferência de líderes da quadrilha para presídios federais.
“Não é surpresa para mim. Convivo com isso há mais de quatro anos. Desde que fiz a remoção [de Marcola, líder da facção, para o presídio federal], minha vida virou de cabeça para baixo. Quase mensalmente tem um plano para me matar”, afirmou ao G1.
SOBRE A OPERAÇÃO
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (22) a Operação Sequaz, cujo objetivo é desarticular uma organização criminosa que pretendia realizar ataques, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, contra servidores públicos e autoridades.
A PF informou que, segundo a investigação, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados se encontravam nos estados de São Paulo e Paraná. Ao todo, são cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.
A corporação destacou que o nome da operação se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações as possíveis vítimas.