Professor da UFMG é impedido de dar aula por não usar máscara

A prefeitura de Belo Horizonte não obriga a utilização do item, mas a universidade decidiu seguir as próprias regras

O professor Giordano Bruno Soares Roberto, da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi impedido de dar aula na terça-feira 31 por não usar máscara.

Em mensagens enviadas aos alunos pelo WhatsApp, o docente comunicou que havia sido barrado. “Não teremos aula hoje de manhã”, disse Giordano. “Fui impedido de entrar na faculdade porque não uso máscara.”

Embora o uso de máscara não seja obrigatório em Belo Horizonte desde 28 de abril, a UFMG decidiu manter a exigência do item nas áreas internas. “No caso de uma pessoa estar sem máscara em ambiente de trabalho ou sala de aula, ela deve ser comunicada da obrigatoriedade do uso ou convidada a se retirar do ambiente”, diz o plano de retorno aos trabalhos presenciais.

História repetida

Em abril, um aluno do curso de gestão e políticas públicas da Universidade de São Paulo (USP) foi constrangido em sala de aula. A razão: recusou-se a usar uma máscara anticovid-19.

Segundo o governo paulista, o uso do equipamento é obrigatório apenas nos transportes públicos e nas unidades médico-hospitalares. A utilização é opcional em ambientes abertos e fechados, como escritórios, comércios, salas de aula e academias. As orientações valem desde 17 de março.

Em 20 de março, a USP determinou a obrigatoriedade do uso de máscara por discentes, docentes, servidores técnico-administrativos, prestadores de serviços e visitantes nos ambientes fechados da universidade. Isso inclui as salas de aula, os auditórios, os museus, os laboratórios, as bibliotecas, locais de atendimento ao público e setores administrativos.

Para a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB-SP), que também é advogada, a USP não poderia desobedecer às normas estabelecidas pelo governo paulista. “Sempre questionei a ideia de que a autonomia universitária deveria ser absoluta”, afirmou.

“Essa autonomia existe para que não haja interferência política nas questões acadêmicas, mas não para criar um território apartado. Tenho recebido muitas mensagens de pais e alunos, de todas as universidades públicas, reclamando de restrições por força da vacinação.”

Fonte: Revista Oeste

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