Para Joseli Parente Camelo, petista sempre foi um líder sindical, e o comunismo hoje é apenas um “fantasma”
O presidente do STM (Superior Tribunal Militar), ministro Joseli Parente Camelo, declarou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “nunca foi comunista”, mas sim um “líder sindical”. Para ele, há atualmente dentro das Forças Armadas um preconceito com o petista como consequência do “fantasma do comunismo”.
“Eu me lembro que, em 1978, quando criou-se o Partido dos Trabalhadores, o Lula era um líder sindical. Ele nunca foi comunista”, assinalou Camelo.
Para ele, o posicionamento de esquerda brasileira na atualidade nada tem a ver com o comunismo visto na União Soviética e em outros regimes históricos repressivos.
“Essa animosidade é um preconceito que vem desde o período da bipolaridade. Passava-se uma ideia de que ser comunista era ser de esquerda. Naquela época a gente tinha essa percepção, o que não é verdade. O que a esquerda pensa hoje? Qual o objetivo da esquerda? Ela pensa nos mais pobres, ela tem esse sentimento que a fome é essa coisa reprovável”, acrescentou.
Ainda na avaliação do militar, o comunismo não passaria de um “fantasma” que aos poucos desaparecerá por completo.
“Esse preconceito ficou enraizado, mas aos poucos está diminuindo. E outra coisa: não existe mais esse comunismo. Essa ideia de comunismo que muita gente ainda fala não existe. Acho que o comunismo é um fantasma, se ele existe, mas eu não tenho essa preocupação. Hoje em dia não tem mais comunismo”, salientou.
Na abertura do 26° encontro do Foro de São Paulo, Lula disse que tem orgulho de ser chamado de comunista e socialista. O discurso, que durou cerca de dez minutos, foi marcado por ataques contra a direita — chamada de “extrema direita” pelo petista.
“A esquerda sempre é atacada pela extrema direita, que nos chama de terroristas”, contou o fundador do Foro de São Paulo, nesta quinta-feira, 29. “Nos acusam ainda de sermos comunistas e socialistas e pensam que nos ofendem assim. Isso nos dá orgulho”.