Prepotente, ex-presidiário esbarra na muralha do centrão e acaba recuando

A arrogância e o revanchismo que move esse 3º mandato de Lula encontrou um limite. É o “Centrão” e os petistas estão sendo forçados a recuar.

Sem um programa de governo claro – Lula conseguiu arrastar toda sua campanha assim – o novo governo permitiu que cada ministro elucubrasse ideias aleatoriamente, tendo como único ponto comum tentar destruir o que Jair Bolsonaro construiu.

Uma dessas loucuras foi a ideia, sem nenhuma base técnica, do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, de acabar com o saque-aniversário do FGTS. Só em 2022 o saque-aniversário tirou R$ 12 bilhões da tutela do governo e colocou em circulação na economia. Ninguém quer retrocesso nessa área. Com forte resistência no congresso, Marinho abandonou a ideia sem muitas explicações.

Outra ideia de Lula, foi a recriação do ministério da Segurança Pública, separando-o da pasta da Justiça. Novamente não existe um objetivo claro nessa promessa de campanha feita pelo atual presidente a não ser a criação de mais cargos comissionados e mordomias para o futuro ministro. Não vingou.

“MP da Censura”, uma medida provisória para (supostamente) endurecer o combate à fake news e ‘conteúdos golpistas’ – seja lá o que for isso – nas redes sociais. Sentindo o cheiro de censura estatal o presidente da Câmara, Artur Lira, disse que já existem propostas semelhantes tramitando na Câmara dos Deputados.

O Planalto recuou, mas a sanha pela censura continua viva especialmente na cabeça do ministro Flávio Dino.

O fato é que Artur Lira hoje tem uma ‘bancada’ no congresso maior que o próprio governo e ele parece gostar de agir com uma certa independência em relação à Lula.

Por Eduardo Negrão | Consultor político e autor de “Terrorismo Global” e “México pecado ao sul do Rio Grande” ambos pela Scortecci Editora

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