O político de esquerda defende uma calendário laico em seu país
O prefeito da cidade francesa de Grenoble, Éric Piolle, propôs no Twitter trocar os feriados religiosos por comemorações que celebrem assuntos como revoluções, direitos das mulheres e da comunidade LGBTQ+.
O assunto surgiu há algumas semanas, quando o político criticou o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que pediu uma avaliação sobre a taxa de faltas em aulas escolares por causa do fim do Ramadã, uma celebração islâmica.
Houve uma conversa sobre identificar os alunos ausentes, causando uma grande polêmica no país. Pressionado, o ministro precisou se manifestar e dizer que não seria possível.
Em 24 de maio, no calor do debate, Piolle se posicionou contra a possibilidade de rastrear os alunos muçulmanos.
“Inadmissível. Os feriados religiosos constituem motivo de falta válido, de acordo com o calendário divulgado anualmente pelo Ministério da Educação Nacional. Este censo desejado por Darmanin é uma terrível deriva autoritária”.
E continuou:
“Eliminemos do nosso calendário republicano as referências a feriados religiosos: declaremos feriados seculares que marcam o nosso apego comum à República, às revoluções, à comunidade, à abolição da escravatura, aos direitos das mulheres ou das pessoas LGBT”.
A fala do político de esquerda repercutiu em seu país e ganhou manchetes nos noticiários locais. Piolle acredita na criação de um “calendário laico e pluralista” e deixar que as festas religiosas sejam uma escolha pessoal, sem que interfira na comunidade.