Por “decência”, Barroso não pode presidir STF, diz desembargador

Sebastião Coelho condenou a postura do ministro da Suprema Corte

Crítico contumaz do ativismo político que acomete o Poder Judiciário, o desembargador aposentado Sebastião Coelho enquadrou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em sua fala na Comissão de Segurança Pública do Senado, na última quinta-feira (13).

Coelho declarou que o ministro Barroso não goza de predicados para presidir o STF. Ele ocupará a cadeira de Rosa Weber no comando da Casa, já que a ministra se aposentará em outubro.

“O senhor perdeu as condições de ser presidente do Supremo Tribunal Federal”, disse o desembargador se dirigindo a Barroso e sendo aplaudido pelos que participavam da audiência sobre as prisões concernentes aos atos do dia 8 de janeiro.

Para Sebastião, “a decência indica que o senhor [Barroso] deveria se recolher, e não tentar assumir essa posição”.

“Agora estamos no ápice dessa invasão de competência. Nesta semana tivemos duas falas assustadoras da mesma pessoa. Ele disse que o Poder Judiciário se agigantou e que é um poder político. Como assim? Parece-me que o artigo 102 da Constituição diz que cabe ao Supremo guardar a Constituição, e não ser o poder político”, advertiu Coelho.

O ex-magistrado ressaltou que “só essa fala seria suficiente para que houvesse uma preocupação muito grande de todos pelo fato de que Barroso assumirá a presidência do STF daqui mais uns dias”.

Sebastião citou ainda a recente fala do ministro onde ele confessa que “derrotamos o bolsonarismo”.

“Então o senhor participou da coligação que está no governo? Então, se participa desse grupo, o senhor não tem condições de ser julgador no Supremo”, observou.

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