Instituições que dizem defender os direitos humanos alegam que PMs causaram ‘danos morais coletivos’
No domingo 4, policiais militares amarraram pelos pés e pelas mãos um suspeito de furtar bombons em um supermercado na Vila Mariana, na zona sul da capital paulista.
Quatro dias depois, organizações não governamentais (ONGs) que defendem os direitos humanos apresentaram à Justiça uma ação civil pública em que pedem uma indenização de R$ 500 milhões ao Estado de São Paulo. As instituições alegam que os policiais causaram danos morais coletivos.
A Educafro Brasil, o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Padre Ezequiel Ramin, a Pastoral da Rua Arquidiocese de São Paulo e o Observatório de Aporofobia Dom Pedro Casaldáliga assinaram o pedido de indenização.
As ONGs dizem lamentar o “chocante ato de violência policial”. Afirmam também que pretendem usar os R$ 500 milhões em políticas públicas para a população vulnerável.
Na ação, as instituições pedem a instalação de câmeras nas fardas dos policiais; a revisão do manual de uso da força da Polícia Militar (PM), com o apoio da população; a criação de conselhos e ouvidorias comunitárias; o afastamento imediato de policiais envolvidos em casos de violência; e a implantação de um programa executivo obrigatório, com a revisão de todos os procedimentos da PM.
Por que as ONGS cobram indenização?
O suspeito de furtar bombons tem 32 anos de idade. Em vídeo que circula nas redes sociais desde domingo, o homem de 32 anos aparece sendo carregado pelos policiais, colocado numa maca e depois levado a uma viatura.
As cenas ocorreram dentro de uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Vila Mariana. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o suspeito passou por uma audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva (sem prazo definido).
O padre Júlio Lancellotti, conhecido por apoiar pautas de esquerda, compartilhou nas redes sociais um vídeo que condena a suposta “pobrefobia institucional”.