Polícia destrói memorial para os 28 mortos no Jacarezinho

Iniciativa foi considerada ilegal e uma “apologia ao tráfico de drogas”

A Polícia Civil do Rio de Janeiro retirou, nesta quarta-feira (11), um memorial em homenagem aos suspeitos mortos na operação policial na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, em maio do ano passado. A iniciativa foi considerada ilegal e uma “apologia ao tráfico de drogas”.

Promovida pelo Observatório da Cidade Integrada, a peça foi inaugurada na semana passada e continha, além do nome de 27 traficantes, o nome do policial civil André Leonardo de Mello Frias, morto pelos criminosos durante a operação. Jaqueline de Souza, viúva do agente, disse que não concordou com a inclusão do nome.

“O André confrontou para libertar os oprimidos pelo tráfico naquele ambiente hostil de criminalidade. Um homem íntegro, honesto, trabalhador e reconhecido policial. É um insulto à memória do nome dele, essa citação neste monumento em conjunto com os nomes de suspeitos e traficantes. Respeitem a minha dor”, declarou.

A polícia emitiu um comunicado argumentando que “os 27 mortos tinham passagens pela polícia e envolvimento comprovado com atividades criminosas, além do fato de que a construção do mesmo não tinha autorização da Prefeitura do Rio de Janeiro”.

“Outro fato relevante que determinou a retirada do memorial é que a menção ao policial civil André Leonardo de Mello Frias, assassinado pelos criminosos, com placa no memorial junto com o nome dos traficantes foi negada pela esposa do policial assassinado e tampouco teve autorização da família do agente”, acrescentou a corporação.

Agentes da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) foram chamados para a ação de retirada. Uma corda foi amarrada ao concreto que continha os nomes, sendo puxada por um veículo blindado. Após a queda, os agentes usaram marretas para destruir o restante do concreto fixado.

O deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), que se mostrou contra a iniciativa desde o início, compartilhou um vídeo do momento da retirada.

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