‘Pode-se derrubar sistema do TSE, mas não fraudar eleição’

Barroso voltou a garantir que as urnas eletrônicas são seguras, mas admitiu fragilidade no sistema

O ministro Luís Roberto Barroso, que deixará a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima semana, disse, em entrevista publicada na noite desta quarta-feira (16) pela Folha de S. Paulo, que o sistema do TSE pode ser derrubado por um ataque hacker, mas garantiu que nenhum ataque cibernético pode alterar o resultado das eleições.

“O que eu posso assegurar é que não há risco de um ataque interferir no resultado das eleições, porque as urnas nunca entram em rede. Você pode derrubar o sistema do TSE, mas não tem como fraudar a eleição”, disse Barroso ao ser questionado sobre a instabilidade que o aplicativo do TSE apresentou nas eleições de 2020.

Ele explicou ainda que ao término da votação, as urnas eletrônicas imprimem, em muitas vias, um boletim com o resultado da eleição e que esse boletim é distribuído aos partidos e colocado na internet.

“O envio desses dados ao TSE é só para fazer a totalização. São quase 6.000 municípios, milhares de candidatos, e você faz uma totalização centralizada, mas dá para fazer a conta à mão. Não tem como fraudar a eleição”, garantiu.

O ministro disse ainda que a instabilidade que o sistema sofreu em 2020 foi devido a um ataque massivo que o TSE sofreu de diversas partes do mundo. Barroso afirmou que está “muito convencido” de que os ataques foram orquestrados de dentro do Brasil, “mas a Polícia Federal infelizmente nunca conseguiu chegar aos atores”.

“Eu não posso garantir que não vá haver ataque, nem posso garantir que não vão derrubar o sistema. Posso dizer que até agora nunca conseguiram. Mas, se derrubarem, não acontece nada de ruim no tocante ao resultado das eleições”, afirmou.

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