Maior economia do planeta tem segundo trimestre consecutivo de retração
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 0,9% no segundo trimestre em relação ao mesmo período em 2021, sofrendo assim a segunda queda trimestral consecutiva, como consequência da crise global decorrente da guerra na Ucrânia e de uma inflação galopante.
Os dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Escritório de Análises Econômicas (BEA) apontam o que é tradicionalmente considerado uma recessão técnica. No primeiro trimestre de 2022, o PIB dos EUA já tinha caído 1,6% na comparação com o mesmo conjunto de meses no ano passado.
Segundo o relatório do BEA, os fatores por trás dessas quedas são a alta inflação, problemas na cadeia de fornecimento e o aumento das taxas de juros. Também houve declínios nos investimentos privados, imobiliários, gastos dos governos federal, estaduais e municipais, que foram parcialmente compensados por aumentos nas exportações e nos gastos dos consumidores.
O governo do presidente Joe Biden e instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) vinham preparando terreno para os dados ruins divulgados nesta quinta, insistindo que há indicadores econômicos suficientes para que os Estados Unidos não sejam considerados como país em recessão.
Em entrevista à Agência EFE na quarta (27), Jared Bernstein, um dos assessores econômicos de Biden, alegou que a recessão é um conceito que leva em conta muitos fatores.
“A ideia de recessão é definida pelos economistas como um grande e persistente declínio na atividade econômica. Não são necessariamente dois trimestres de queda do PIB, especialmente se esses declínios forem leves”, argumentou Bernstein.
Os dados foram divulgados um dia depois que o Fed aumentou sua taxa de juros em 0,75 ponto pelo segundo mês consecutivo e não descartou outra elevação “inusualmente alta” em setembro se a inflação continuar aumentando. Em junho, a inflação nos EUA atingiu 9,1%, um patamar que não se via desde 1981.