Decisão consta em documento enviado pela corporação ao STF nesta quarta-feira
A Polícia Federal (PF) decidiu não indiciar o presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apurava a divulgação de supostas informações sigilosas de uma investigação da PF sobre ataques virtuais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão consta em um documento enviado pela corporação ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (2).
Na comunicação que indicou o fim da participação da corporação no caso, a PF afirmou que houve crime de divulgação de segredo, por parte do presidente, com a publicidade dos dados através das redes sociais, mas destacou que não indiciou o líder pelo fato de ele ter foro privilegiado.
No documento enviado à Suprema Corte, a PF ainda ressaltou que o fato de Bolsonaro não ter ido ao depoimento sobre o inquérito na semana passada não impediu a análise do caso. O depoimento foi uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, mas Bolsonaro justificou que estava exercendo seu “direito de ausência” ao não comparecer.
“Decorrido o prazo estabelecido, não houve atendimento à ordem judicial mencionada, inviabilizando-se a realização do ato e a consequente obtenção da perspectiva do Sr. Jair Messias Bolsonaro a respeito dos fatos. Essa situação, entretanto, não teve o condão de impedir a correta compreensão e o esclarecimento do evento”, afirmou a PF.
A investigação analisa uma live do presidente nas redes sociais, em 2021. Na ocasião, Bolsonaro, que estava acompanhado do deputado Filipe Barros (PSL-PR), mencionou dados de uma apuração da PF sobre ataques virtuais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).