A China persegue os cristãos com meios cada vez mais repressivos, o alvo da vez são as escolas
Neste domingo 23, foi comemorado o Dia Mundial do Livro; a escolha desta data está ligada ao fato de que pelo menos dois dos maiores escritores da história, Shakespeare e Cervantes, morreram neste dia. Não surpreende, no entanto, que o livro mais lido no mundo continue a ser, ano após ano, a Bíblia.
Mas há países nos quais o acesso às Escrituras é proibido pelo governo local, como a China, que persegue cristãos. Recentemente no país asiático, uma escola solicitou aos pais dos alunos que prometessem não ensinar religião aos seus filhos.
O exemplo de perseguição e intolerância contra a religião cristã na terra de Xi Jinping veio da cidade de Wenzhou, localizada na Província de Zhejiang, na região leste do país. A estranha solicitação da escola primária da cidade foi confirmada por uma professora à ONG China Aid. Esta entidade atua denunciando os horrores e os abusos do governo comunista contra os cristãos chineses.
No documento, que exige a subscrição dos pais, eles têm de afirmar que “não professarão religião alguma, nem participarão de atividades religiosas ou disseminarão religião em lugar algum”. O governo local exige que os pais dos alunos prometam seguir a disciplina do Partido Comunista Chinês e que não voltem a se reunir em cultos religiosos, o que inclui as “igrejas domésticas” — que são vistas como organizações religiosos ilegais.
Jerusalém chinesa
Em função da grande comunidade cristã local, Wenzhou é considerada a “Jerusalém da China”. No entanto, a medida é vista como uma grande repressão à liberdade dos cristãos, isto porque desde 2013 há uma ferrenha campanha de destruição de centenas de igrejas e símbolos cristãos — como cruzes — em toda a Província de Zhejiang.
Em 2017, segundo a ONG Portas Abertas, igrejas e acampamentos cristãos foram banidos da China. A medida da escola chinesa contraria o artigo 14 da Convenção dos Direitos das Crianças, da qual a China é signatária. Como reação à perseguição, alguns pais decidiram cuidar da educação dos filhos em casa, no regime de homeschooling.
Para além das dificuldades na escola de Wenzhou, no início de 2023, Peter Shao Zhumin, líder cristão local que havia sido preso no ano passado, voltou a ser encarcerado — agora pela sétima vez. Ele se recusa a participar das igrejas controladas pelo regime comunista. A China persegue cristãos implacavelmente.