Pazuello desmascara mais uma narrativa, mas o “vazador geral da república” ainda segue na ativa

Como era de se esperar, mais uma narrativa criada pelo grupo Folha de S.Paulo e, claro, comprada pelo restante da velha mídia como se fosse a “última bolacha do saco”, acaba de ser desmontada, apenas 24 horas depois.

Trata-se do tal vídeo em que o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, aparece ao lado de um empresário de traços chineses, que diz se chamar John e representar uma empresa, a World Brands, de venda de vacinas – no caso, a Coronavac – em possível negociação direta com a China.

Ainda que o vídeo não mostre absolutamente nada, além de um breve diálogo em que as partes mostram estar apenas em conversas para possível entendimento, ou seja, uma sondagem, o fato foi divulgado como se fosse prova incontestável de que o governo teria tentado comprar 30 milhões de doses a US$ 28,00 e que “Pazuello teria negociado tudo pessoalmente”.

Narrativa absurda e que pode ser percebida, na hora, por qualquer pessoa leiga que tenha o mínimo de discernimento, e que acaba de ser desmontada pelo próprio general, em nota:

“Ante a importância da temática, uma Equipe do Ministério da Saúde os atendeu e este então Ministro de Estado – que detém o papel institucional de representar o Ministério da Saúde – foi até a sala unicamente para cumprimentar os representantes da Empresa após o término da reunião”.

“Após a gravação, os empresários se despediram e, ato contínuo, fui informado que a proposta era completamente inidônea e não fidedigna. Imediatamente, determinei que não fosse elaborado o citado Memorando de Entendimentos – MoU – assim como que não fosse divulgado o vídeo realizado”

Um ponto, entretanto, chama verdadeiramente a atenção em toda essa história. Quem vazou o vídeo, se o ex-ministro pediu que o mesmo sequer fosse divulgado? Quem desobedeceu a ordem de apagar o material, e com que interesse e objetivos? Quando e como este vídeo foi enviado, ilegalmente para a jornalista? Creio que é possível rastrear e atestar as responsabilidades.

O “vazador geral da república” continua atuando, debaixo das barbas do governo.

Quanto à notícia, em si, é cada dia mais assustador o papel que vulgos jornalistas tem assumido diante dos veículos de comunicação tido com tradicionais, mas que, atualmente, não passam de vultos do que já foram um dia.

E, pior, o papel sujo que esses mesmos veículos se prestaram a fazer.

Ao invés da notícia por inteiro, da checagem, da garantia da idoneidade dos fatos, o que se publica é a ideologia em seu estado mais bruto, carregada de narrativas e falsidades intelectuais; a informação pela metade (a parte que interessa ou atende interesses).

De resto, nada mais pode ser tirado daí. Não houve continuidade; não houve contrato, invoice, nota fiscal, compra, pagamento, entrega, sobrepreço, corrupção … nada, absolutamente nada, a não ser a tentativa de dizer que Pazuello teria mentido à CPI, o que também não passa de frágil acusação sem materialidade.

Por Uélson Kalinovski

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