A campanha sobre puberdade gerou revolta nas mulheres e muitas criticaram a marca de absorventes
Para não ofender pessoas trans, a marca de absorvente Always resolveu trocar a palavra “mulheres” por “corpos com órgãos sexuais femininos”. O conteúdo foi apresentado em um panfleto sobre puberdade, distribuído em escolas do Reino Unido.
Segundo o jornal britânico Daily Mail, o material gerou revolta nas mulheres por suprimir a palavra que as classificam, substituindo também por outras como “pessoa”, “pessoas” e até mesmo “criança” que é um termo neutro.
Em parte do panfleto, a definição do que é o ciclo menstrual foi escrita da seguinte forma: “Ciclo menstrual é a sequência de eventos que ocorrem dentro de uma pessoa com órgãos sexuais femininos enquanto seu corpo se prepara para a possibilidade de gravidez todo mês”.
Além do material informativo, a Always e a Tampax distribuíram kits nas escolas com absorventes. O objetivo é trabalhar o assunto da puberdade com os alunos, falando também sobre as mudanças físicas e emocionais.
Entre as pessoas que criticaram o conteúdo da marca está a escritora Milli Hill, autora de um best-seller sobre puberdade feminina. Para ela, a marca está tentando apagar as mulheres em nome do ativismo trans. “Infelizmente, este é mais um exemplo de empresas que tentam apagar as mulheres e desconsiderar suas necessidades, na pressa de apaziguar os ativistas trans”, escreveu Milli Hill.
A jornalista norte-americana Megyn Kelly também se posicionou contra. Usando seu Twitter, ela escreveu uma mensagem para a marca: “Cara Always: não somos “corpos com órgãos sexuais femininos”. Somos mulheres. Garotas. E nós somos as únicas que menstruam e compram produtos da sua marca patética, desumana e aparentemente misógina. Entendeu?”, escreveu a comunicadora alcançando mais de 17 mil curtidas.
Uma professora, que falou ao Daily Mail anonimamente, disse que suprimir a palavra “mulheres” não ajuda as adolescentes a entenderem seus corpos.
“Acho que as meninas vão se esforçar para entender como isso se relaciona com seu próprio corpo e sua própria experiência. “Corpos com órgãos sexuais femininos” podem não ser imediatamente identificáveis como uma menina no entendimento de uma criança, especialmente se o inglês não for sua primeira língua ou se a criança tiver necessidades adicionais de aprendizagem”, disse ela que optou por não revelar seu nome para não ser acusada de transfobia.