Pará é o Estado que mais reduziu a violência no Brasil

O sistema de segurança pública e defesa social paraense se prepara para uma nova era onde a tecnologia será a principal aliada no combate ao crime

Com um número de mortes em decorrência da violência igual ou superior a de uma guerra, o Estado do Pará tinha cidades que figuravam por anos no ranking das cidades mais violentas do Brasil. Hoje, os mesmos estudos que davam a triste notícia aos paraenses e ao restante do país, mostram que o Estado voltou a gerir as ações de prevenção e ao enfrentamento da criminalidade, o que resultou na diminuição de 19% dos Crimes Violentos Letais, que englobam homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, elevando o Pará ao topo do ranking como o estado que mais reduziu a criminalidade no Brasil, de acordo com dados do Monitor da Violência/G1.

Nos últimos dois anos, o estado avançou no combate ao crime organizado, desarticulando grupos criminosos acusados de cometerem homicídios em série na Região Metropolitana de Belém; possibilitou investigações e perícia científica com mais eficácia. A forte presença das policiais nas ruas atuou de forma preventiva e conseguiu evitar que crimes acontecessem. O sistema prisional também foi alvo de intervenção. O Estado voltou a administrar os presídios e realizou ações para impedir que criminosos mandassem ordens para o cometimento de crimes extramuros.

Ainda com o orçamento do ano anterior, em 2019, a meta era reduzir a criminalidade em 14% até 2022. Uma média de 3,5% ao ano, porém, ainda no primeiro ano de gestão, a queda no índice de criminalidade foi de 30%. Ou seja, mais que o dobro do planejado para quatro anos, na comparação entre 2018 e 2019. Entre os fatores que contribuíram para essa conquista está a presença da Força Nacional em ações ostensiva, de polícia judiciária e de perícia. Este foi o primeiro compromisso do feito pela atual gestão governamental. A instalação do programa Territórios pela Paz (Terpaz) também garantiu a redução e, tão importante quanto, a manutenção dos baixos índices de violência e a promoção da paz e cidadania nos sete bairros da RMB contemplados pelo programa.

“Nós recebemos a segurança pública sem aumento de efetivo necessário e ainda estamos com concursos em andamento, então nós tivemos que nos reinventar. Fazer muito com o mesmo efetivo que havíamos recebido no final de 2018. Cada ação que foi feita, cada projeto, cada programa, ele teve sua participação nesse processo de diminuição. Com relação à Força Nacional, era ainda um compromisso de campanha do então candidato, hoje governador, de que traria FN para integrar conosco. A Força Nacional teve a grande possibilidade de integrar com o Estado, para que pudéssemos fazer juntos o policiamento, em especial na Região Metropolitana , naquele momento, mas também que trouxesse para nós esse espírito de integração com as forças federais, estaduais entre si, porém atuou por poucos meses, mas nós tínhamos um projeto bem maior, bem mais amplo que iniciou em paralelo a isso que foi o Terpaz”, explicou o secretário de segurança pública e defesa social do Pará, Ualame Machado.

Ao atingir a marca de dois anos de gestão, o Pará reduziu em 31%, os CVLI’s registrados no Estado. A comparação é entre os casos computados dos anos de 2015 e 2016; e 2019 e 2020.

Para buscar garantir a tranquilidade e a paz para a população, o sistema de segurança pública e defesa social paraense se prepara para uma nova era onde a tecnologia será a principal aliada no combate ao crime. Para o ano de 2021 a Segup se prepara a substituição de todas as câmeras de monitoramento, da Capital e do Interior, que passarão a contar com reconhecimento facial e de placas de veículos automotores. Outra novidade é a implantação do Sinesp-Cad, que é o controle de atendimento e despacho de ocorrência de urgência e emergência disponibilizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJ) que interligará a comunicação e o acionamento de viaturas nos quatro cantos do Pará.

O prédio do novo Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) que reunirá agentes das forças de segurança pública, como as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Departamento de Trânsito, Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, além de órgãos municipais da Região Metropolitana de Belém, como as guardas municipais e agências de trânsito de Belém, além de outras agências, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (SAMU) que está em obras e deverá ficar pronto até o final do primeiro semestre.

Peculiaridade

Com a dimensão continental e com regiões cercadas por rios, a segurança pública paraense também tem que compreender e se adequar a realidade do crime cometido na região e melhor se aparelhar para combatê-lo. O Grupamento Fluvial de Segurança Pública (GFLu), vinculado à Segup vem recebendo fortes investimentos que há aproximadamente 10 anos não possuía.

Ao todo, 60 embarcações estarão aptas para fortalecer o combate ao crime nas mais diversas regiões do Pará, sendo 15 lanchas novas e 43 revitalizadas com novos motores, após processo de renovação total, além de duas novas lanchas blindadas com capacidade de navegação na zona 2 (baía e costa). A primeira lancha blindada do Pará foi entregue no final do ano passado e já está em uso em operações que podem demandar o uso diferenciado da força, demandando uma embarcação mais robusta e que gera mais proteção aos agentes.

A primeira base integrada flutuante da segurança pública também já está em construção. A base “Antônio Lemos” ficará na margem direita do rio Tajapuru, no distrito de Antônio Lemos, município de Breves, controlando grande parte do fluxo oriundo dos estados do Pará, Amapá e Amazonas.

Ela está sendo construída em uma área considerada estratégica para a segurança pública, por estar localizada em um corredor histórico de transporte de drogas, contrabando, pirataria e crimes ambientais. Além das forças de segurança, o espaço reunirá, ainda, setores de fiscalização da Fazenda, Meio Ambiente, Receita e Justiça Federal, que poderão atuar de forma integrada.

“Se trata de um grande avanço na segurança pública, especialmente pelas características que possui o estado do Pará, que é cercado por rios. Com a instalação da base deveremos alcançar não somente a diminuição da criminalidade nos rios, mas também impedir que objetos oriundos de contrabando ou drogas, por exemplo, cheguem até as cidades paraenses vindos de outros Estados”, destacou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará.

Com informações da Agência Pará

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