Após entrar em Cabul, capital do Afeganistão, o palácio presidencial em Cabul foi “entregue” oficialmente ao grupo Taliban.
A ação acontece após o grupo assumir nas últimas horas as cidades mais importantes do país, como Jalalabad e Mazar-i-Sharif, sem encontrar muita resistência. Mais cedo, a capital foi cercada até então, era a única cidade que ainda estava sob o controle do governo.
De acordo com informações, o local foi desocupado por funcionários do governo, incluindo o ex-presidente Ashraf Ghani, que deixou o país e foi para Tajiquistão.
“Proteger Cabul é uma responsabilidade enorme. É diferente da cidade que deixamos há 20 anos”, relatou um oficial do Taliban.
O integrante disse ainda que “nenhum sangue foi derramado” durante a entrega do palácio e que há uma “transição pacífica em andamento de instalações governamentais em todo o país”.
Em um post hoje no Facebook, Ghani disse ter deixado o país para evitar “um banho de sangue”. “Hoje, deparei-me com uma escolha difícil; deveria suportar e enfrentar os talibans armados que queriam entrar no palácio ou sair do país que dediquei a minha vida a proteger os últimos vinte anos”.
Nas primeiras horas de ontem, 15, um funcionário do Ministério do Interior disse que o Taleban estava chegando “de todos os lados” e houve relatos de tiros nas proximidades da cidade. Representantes do grupo insurgente, porém, anunciaram que a busca seria por uma rendição pacífica.
Mais cedo, o ministro interino do interior afegão, Abdul Sattar Mirzakwal, havia sinalizado a possibilidade de uma negociação, dizendo que a capital não seria atacada e que haverá uma “transição pacífica de poder”.
Esta é a primeira vez desde outubro de 2001 que o grupo volta à capital. O risco de tomada de Cabul já era alertado por especialistas, que viam com apreensão a saída total das tropas americanas do Afeganistão depois de 20 anos de ocupação.