‘Hipocrisia’ – Padaria renomeia bolo Nega Maluca como Afrodescendente

Após repercussão e crítica de clientes, estabelecimento decidiu voltar a usar o nome tradicional do doce

Uma padaria mudou o nome do tradicional bolo Nega Maluca para Afrodescendente após ser notificada pelo Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sampapão). Na ocasião, a entidade recomendava ao comércio a alteração nos rótulos de doces como Nega maluca, Língua de Sogra e Maria Mole. A justificativa seria de que esses nomes “não são mais aceitos”.

“Como exemplo marcante dessas mudanças de comportamento social, nomes tradicionais […] que são comercializados há muitos anos em nossas padarias, e que eram vistos até com simpatia, hoje não são mais aceitos e podem levar a constrangimentos e acusações de crime racial, machismo, preconceito”, diz o comunicado da entidade.

À coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, o sócio-proprietário da padaria Aveiro, Mauro Sérgio Proença, afirmou que não acreditava que o novo nome “iria causar constrangimento”. Segundo ele, porém, clientes foram à padaria na terça-feira (15) reclamar da troca de nome. O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, também criticou a mudança.

“O Sindicato das Padarias de São Paulo está perseguindo, implacavelmente, o bolo Nega Maluca. Também estão na mira da patrulha politicamente correta a Maria Mole, Teta de Nega e Língua de Sogra. Querem criminalizar bolos. Isso precisa acabar!”, escreveu Camargo.

O sócio-proprietário da padaria disse ainda que, na tentativa de amenizar os ânimos dos clientes, ele mudou o nome do doce novamente, desta vez para bolo Chocoball. Na quarta-feira (16), porém, ele recuperou o nome original da guloseima. Agora, o rótulo passou a conter novamente o nome bolo Nega Maluca.

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