Viagem à China foi responsável por maior parte das despesas
De janeiro a maio deste ano, a Presidência da República gastou R$ 2,6 milhões com cartão corporativo em viagens ao exterior de Luiz Inácio Lula da Silva, conforme dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. O levantamento foi publicado pelo site Poder360.
De acordo com a publicação, 66% dos gastos (R$ 1,7 milhão) foram destinados aos preparativos para a viagem que seria realizada à China em março, mas acabou sendo adiada por causa de uma pneumonia que acometeu Lula.
Apesar do cancelamento da visita à China, a Presidência gastou R$ 861 mil no cartão corporativo. Quando a viagem aconteceu, em abril, novos gastos de R$ 851 mil foram registrados.
Nas visitas aos três países europeus — Portugal e Espanha, abril, e Reino Unido, em maio —, Lula gastou R$ 597 mil com o cartão corporativo. No entanto, a discriminação de gastos não foi informada.
Segundo a publicação, o Ministério da Casa Civil mencionou apenas direcionamentos para apoio de solo, comissária aérea, telefonia nos países de destino, seguro-viagem internacional e passagens aéreas de servidores.
Os gastos do cartão corporativo não são os mesmos das despesas registradas pelo Ministério das Relações Exteriores, pasta responsável por organizar e viabilizar as viagens de Lula ao exterior.
Nos primeiros cinco meses de governo, o Itamaraty gastou R$ 7,3 milhões com as hospedagens do petista e da comitiva oficial. Nas viagens aos nove países nesses cinco primeiros meses de governo, o petista ficou em hotéis luxuosos, de alto padrão, custeados com recursos públicos.
Impedimento de viagens luxuosas
A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) protocolou na Câmara dos Deputados um projeto de lei para obrigar o presidente da República a se hospedar em embaixadas brasileiras durante viagens internacionais.
Conforme o Projeto 3551/2023, o presidente poderá optar por hospedar-se em locais alternativos quando não houver embaixada ou o local não dispuser de estrutura necessária para acomodar o chefe de Estado com conforto e privacidade.
O texto também estabelece que os gastos do presidente durante as viagens internacionais devem ser registrados e publicados “de forma transparente e acessível ao público em portal específico”.