Oposição pretende fazer relatoria paralela na CPMI do 8 de Janeiro

Parlamentares não concordaram com o fato de a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) ocupar o posto

Descontentes com o fato de a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro ter ficado com a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a oposição pretende fazer uma relatoria paralela no colegiado.

A informação foi confirmada a Revista Oeste pelo autor da CPMI, deputado federal André Fernandes (PL-CE). O parlamentar, porém, não explicou quem seria o responsável por essa tarefa.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também disse que, se a relatoria for “totalmente desequilibrada”, a oposição vai apresentar um texto paralelo para ser votado. É comum que, em CPIs, o grupo que não concorda com a relatoria elabore um documento paralelo.

A possibilidade de uma sub-relatoria no colegiado foi levada em consideração depois que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) questionou a imparcialidade de Eliziane — a senadora é aliada do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Na ocasião, o senador Esperidião Amin (PP-SC) destacou que o regimento interno não prevê a vice-presidência das CPIs da Casa, mas que essa escolha faz parte de acordos partidários.

De igual modo, Amin sugeriu então que a CPMI tivesse um sub-relator — que poderia ser um nome da oposição.

Ao final da sessão inaugural do colegiado, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) citou o deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ) como um bom nome para ocupar o posto. Uma relatoria paralela, contudo, difere em muitos pontos de um sub-relatoria.

O relator do colegiado é quem define a linha de investigação que a CPMI vai seguir. Desse modo, se a oposição, de fato, realizar uma relatoria paralela, seriam duas apurações distintas, feitas ao mesmo tempo.

Um sub-relator, no entanto, seria chancelado pelos membros. É pouco provável que os membros da comissão aceitem uma relatoria paralela.

Eliziane pode mirar ‘autores intelectuais’ na CPMI do 8 de Janeiro

Eliziane disse que o plano de trabalho do colegiado pretende direcionar as investigações aos financiadores e aos “autores intelectuais” dos atos de depredação na Praça dos Três Poderes. A parlamentar quer tirar qualquer foco do governo Lula e — especialmente — blindar o ministro Flávio Dino (Justiça).

Fonte: Revista Oeste

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