Decisão provocou série de críticas por parte de ativistas
Apesar de se intitular como “principal órgão intergovernamental global dedicado exclusivamente à promoção da igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres”, o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas escolheu, na terça-feira (20), o Irã como membro da Comissão das Nações Unidas sobre as Situação das Mulheres.
O Irã fará parte da comissão nos próximos 4 anos.
O país situado no Oriente Médio já foi acusado pela própria ONU de infringir direitos humanos das mulheres. Um relatório do Secretário-Geral das Nações Unidos, destacou, em agosto de 2020, “a contínua discriminação com base no gênero na lei e na prática, incluindo no que diz respeito a questões familiares, liberdade de movimento, emprego, cultura e esportes, bem como acesso a funções políticas e judiciais”.
A escolha provocou críticas. No Twitter, a jornalista e ativista iraniana Masih Alinejad, uma jornalista iraniana e ativista, classificou a atitude da ONU como surreal.
– Isso é surreal. Um regime que trata as mulheres como cidadãs de 2ª classe, as prende por não usarem o hijab obrigatório, as proíbe de cantar, as impede de entrar em estádios e não as deixa viajar para o exterior sem a permissão de seus maridos é eleito para o órgão máximo de direitos da mulher da ONU – disse ela.
Hillel Neuer, ativista e diretor executivo da ONU Watch, também protestou.
– Eleger a República Islâmica do Irã do aiatolá Khamenei para proteger os direitos das mulheres é como transformar um incendiário no chefe dos bombeiros da cidade – avaliou ele.