Nunes afirma que não haverá “Saúde para Todes” em sua gestão

Série de vídeos voltada para a população LGBTQ+ foi excluída do canal da Secretaria de Saúde

Durante uma entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que o programa Saúde para Todes não existe e que, em sua gestão, não haverá esse tipo de iniciativa. A declaração foi dada após questionamentos sobre o futuro do programa, voltado à saúde da população LGBTQ+.

Criado em 2021, durante a gestão de Bruno Covas (PSDB), o programa exibia semanalmente vídeos no canal do YouTube da Secretaria Municipal de Saúde, abordando temas relacionados à saúde física e mental da comunidade LGBTQ+. O objetivo era reduzir estigmas e discutir temas como corpo, sexualidade e bem-estar mental.

Ao ser perguntado sobre a continuidade do programa, Nunes respondeu:

“Enquanto eu for prefeito, não vai ter nada de “Saúde para Todes”. Vai ter o cuidado com as pessoas, isso tem que ter”.

A candidata à Prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo) mencionou o programa durante um debate eleitoral, apontando que a existência da iniciativa mostrava que Nunes não era um candidato da direita. Após o debate, todos os vídeos do Saúde para Todes foram retirados do canal do YouTube da Secretaria Municipal de Saúde, o que levantou novos questionamentos.

Questionado sobre o desaparecimento dos vídeos, ele jogou a culpa do programa na gestão anterior:

“Uma coisa eu te garanto, não foi na minha gestão que esse vídeo entrou lá. Pode ser que já estava, é anterior”.

Nunes se colocou contra o ensino da ideologia de gênero na escola, disse que esse assunto é uma pauta pela qual ele luta desde sua época de vereador, mas que isso não o impede de aprovar e implementar políticas públicas para a população LGBTQ+.

“Eu abri o centro de acolhimento para homens trans, eu abri o centro de acolhimento para mulheres trans. Eu abri o primeiro centro de tratamento para as pessoas trans. Como prefeito, e como cristão, tenho a responsabilidade de cuidar de todos, de mulher, de homem, de jovens, das pessoas em situação de rua, da população trans, é a minha obrigação. Eu estou muito distante de ser um cara que seja desumano. A gente tem que cuidar de todo mundo, o serviço público é para atender a todos”.

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