‘Nunca ouvi falar que mulambo tinha conotação racial’, diz deputado depois de Moraes autorizar inquérito

‘Indignação total’, resume o parlamentar José Medeiros a Revista Oeste

Em declaração a Revista Oeste, o deputado José Medeiros (Podemos-MT) lamentou nesta quinta-feira, 18, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de autorizar a abertura de um inquérito para investigar suposta prática do crime de racismo por ele ter usado a palavra “mulamba” nas redes sociais. “Indignação total”, resume o parlamentar.

“Eu nunca ouvi falar que mulambo tinha conotação racial. Eu cresci vendo minha mãe falar: ‘Pega esse mulambo aí’. Era um pano velho. E a outra conotação era quando uma pessoa não tem credibilidade, quando é uma pessoa à toa”, disse o deputado.

“O que eu fico indignado é que um lado pode tudo, pessoas podem chamar o presidente da República de genocida, de assassino, de nazista. […] E a gente chamar alguém de pano velho, ou seja, de mulambo, em uma discussão normal de rede social gera este desgaste. É o momento político que estamos vivendo. Indignação total”, afirmou José Medeiros.

O dicionário Michaelis afirma que “molambo” tem três significados: “1) Pedaço de pano gasto e sujo; farrapo, trapo; 2) Roupa velha ou esfarrapada; 3) Indivíduo sem determinação ou firmeza de caráter”.

O caso

Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que afirma que, em 25 de fevereiro deste ano, Medeiros teria se manifestado de forma discriminatória contra a comunidade negra ao chamar de “mulamba” uma mulher que defendeu a abertura de uma CPI para apurar a postura de políticos diante da pandemia.

Segundo o Ministério Público, ao utilizar o termo angolano, que remonta à época da escravidão, para se referir à mulher, o parlamentar teria incorrido em discriminação negativa à raça negra. Para a PGR, a mensagem de Medeiros não estaria dentro dos limites da liberdade de expressão.

Fonte: Revista Oeste

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